Finalmente vi o muito aguardado “Sexo e a Cidade – O Filme”. Muito esperado por dois motivos – o retomar de uma série que parou há quatro anos e o facto de o mesmo acontecer em formato de cinema.
Carrie Bradshaw, escritora de sucesso e ícone de moda, está de volta. A sua inigualável perspicácia continua intacta e a sua ironia é mais acutilante do que nunca, com a sua visão muito própria de sexo, amor e de outras mulheres de Nova Iorque obcecadas pela moda. Neste “Sexo e a Cidade – O Filme” encontramos Carrie, Samantha, Charlotte e Miranda quatro anos depois da famosa série da HBO ter terminado, numa altura em que estas amigas tentam conciliar trabalho e relações, passando pela maternidade, pelo casamento e pelo imobiliário da muito cobiçada Manhattan.

É sempre bom rever estas personagens, tão nossas conhecidas, protagonizadas por actrizes que se enquadram perfeitamente nestes desempenhos: Kim Cattrall, Kristin Davis, Cynthia Nixon e Sarah Jessica Parker, que também produz o filme.

Michael Patrick King, realizador e argumentista da famosa série “Sex and the City”, fez algo brilhante na versão cinematográfica. Em vez de explicar tudo desde o início, como acontece na maior parte das vezes quando se passa um êxito do pequeno ecrã para o cinema, ele “remata” as pontas soltas deixadas no último episódio. Mas, claro, revisita também os ícones do sucesso – recantos da cidade de Nova Iorque, os sapatos Manolo, looks fantásticos, com uma pitada de actualidade - os problemas de peso e da idade. Portanto, o filme “Sexo e a Cidade” não suplanta a série; é uma extensão da mesma. O que é bom, para quem já a seguia. Para quem tem um primeiro contacto com o quotidiano das quatro inseparáveis amigas novaiorquinas, basta ter atenção ao genérico, que é um elucidativo flashback.

De novo, a perspectiva é feminina: os homens são retratados como gays, objecto sexual ou, simplesmente, aprisionados aos destinos das mulheres: de uma mãe (Charlotte), de uma amante (Samantha), de uma esposa (Miranda) ou, ainda, do eterno príncipe encantado que teima em se casar (Carrie). Há, contudo, elementos novos, também femininos, que vêm “refrescar” a narrativa: uma chinesinha, filha adoptiva de Charlotte e Louise (a oscarizada Jennifer Hudson), assistente pessoal de Carrie. Mas homens também os há e "de peso". É devido a eles que as nossas amigas preferidas alimentam conversas de café, ódios e paixões, graças a excelentes actores: Chris Noth volta com o marcante papel de Mr. Big (neste filme já tem nome próprio); Steve Brady é David Eigenberg, o adorável marido humilde de Miranda; Evan Handler faz de Harry, marido e companheiro de Charlotte; e o sexy Jason Lewis traz-nos Smith Jerrod, um actor com uma carreira já consistente graças a Samantha, de quem é cliente e namorado.

“Sex and the City - O Filme” vem dar resposta a algumas dúvidas que ficaram no ar: Carrie e Big vão finalmente casar-se? Samantha vai conseguir manter-se apenas com um mesmo homem? Charlotte vai engravidar como sempre desejou? E quanto a Miranda e Steve, ficam juntos para sempre? Estas e muitas outras questões vão sendo respondidas. Ao mesmo ritmo da série, lá nos vamos divertindo, novamente, com estas quatro protagonistas que nos têm conquistado com as suas histórias de amor, paixão, decepção e, claro, sexo. Vejam–no como um episódio grande, com mais de uma hora. Acreditem, para lá dos sapatos e vestidos, “Sexo e a Cidade – O Filme” tem potencial para se tornar no filme de moda desta temporada e de continuar o sucesso da série que lhe deu origem...

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  1. É de facto mais um episódio da série e, quanto a mim, com a intenção de concluir e dar um destino 'real' a estas personagens, quase irreais de tão dazzling que são. Tão rápido é soltar uma franca gargalhada como chorar com imensa entrega. Fui ver o filme com um grupo de amigas, é um filme para ver com quem se partilhe o mesmo tipo de intimidade que é partilhada entre as personagens. É um rir e um chorar cheios de cumplicidade.

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