Ao contrário do que diziam, quando passava a voar, o Super-Homem nunca foi um avião, nem sequer um pássaro. Forte como um Hércules e justo como um Robin dos Bosques, o Super-Homem tornou-se um ícone entre os super-heróis de banda-desenhada, tendo sido publicado, pela primeira vez, há setenta anos. Criado por Jerry Siegel e Joe Shuster, dois amigos judeus de Ohio , o Super-Homem surgiu pela primeira vez, de uniforme azul e capa vermelha, a erguer um carro, na edição de Junho, de 1938, da “Action Comics”, tornando-se no primeiro super-herói de sucesso da banda desenhada norte-americana. Ao longo destes 70 anos, foram muitos os autores que o desenharam, assim como outros foram criando novas personagens, como o Super-cão, o Superboy, a Super-mulher, encenaram a sua morte, ressuscitaram-no e até o confrontaram com um dos seus melhores amigos, o Batman.

Conta a “lenda” que este super-herói, da DC Comics, nasceu no planeta Kryton, sob o nome de Kal-El, tendo sido enviado para a Terra, ainda bebé, para fugir à extinção do seu planeta de origem. Veio a ser adoptado por uma família do Kansas (região onde aterrou a sua nave), que o passou a chamar de Clark Kent. Depois de aprender a dominar os seus super-poderes, como a força desmesurada, visão raio-x, a fantástica capacidade de voar, entre outros, o Super-Homem passa a combater o Mal que assola o mundo. Ao mesmo tempo, adopta um alter-ego que vive uma vida “normal”, longe do uniforme, trabalhando como repórter no famoso jornal “Daily Planet”. Em Clark Kent, os papéis invertem-se: longe da força bruta, é um tipo normal, com óculos e muito tímido. Só assim, distanciando-se da sua outra metade heróica, ele consegue não atrair as atenções para as óbvias semelhanças físicas. Como com qualquer herói de BD, Super-homem tem um arqui-inimigo em Lex Luthor e Clark Kent, uma figura feminina para criar uma certa atmosfera romântica, a sua colega jornalista, Lois Lane.

Símbolo da cultura pop norte-americana, o Super-Homem saltou das páginas da BD para a televisão e, mais tarde, para o cinema. Se 2008 marca o septuagenário desta personagem, é também o ano em que se celebram trinta anos do primeiro filme "Superman", que veio influenciar gerações até hoje. O filme, protagonizado por Christopher Reeve, veio “provar” que o Super-Homem, das histórias aos quadradinhos, existia e voava a sério. O mérito desta produção, para além de dar um autêntico “sopro de vida” à personagem, veio acrescentar novos elementos à mitologia do herói. Por exemplo, a composição musical, de proporções wagnerianas, criada por John Williams, que se veio a tornar um hino ao Homem de Aço. Outro ponto forte deu-se quando os produtores de Hollywood perceberam que poderiam fazer uma adaptação da BD de forma séria e rentável. Isto constituiu o pontapé de saída para que se viessem a produzir mais filmes do género, para além da própria trilogia do título “Superman”. Actualmente, os super-heróis que ganham vida na sétima arte, devem reconhecer em “Superman”, de Richard Donner (1978), o seu “progenitor”. Graças a ele, temos podido contemplar um Homem-Aranha a balançar-se entre os prédios de Nova Iorque, um Batman a combater o crime em Gotham City, uns X-Men em conflito com humanidade, um Homem-de-Ferro, um Demolidor, etc., etc.

Paralelamente, a televisão também veio explorar este filão. Primeiro, com uma nova abordagem, nos anos 90, com as venturas e desventuras de “Lois&Clark - As novas aventuras do Super-homem”. Com um olhar mais moderno sobre esta “lenda”, Lois & Clark mostra-nos um Super-Homem de um outro ângulo. Inserindo-o no seu quotidiano de Metrópolis, a série resultou num sucesso de televisão, ao misturar comédia, romance e aventura, trazendo à vida a clássica dupla Clark Kent (Dean Cain) e Lois Lane (Teri Hatcher), que se tornam protagonistas de um amor platónico sem fim. Mais tarde, já nesta década, surge a série “Smalville”, focando-se na juventude deste nosso herói. Uma superprodução, repleta de efeitos especiais, que narra a adolescência do Super-Homem. Clark Kent é, aqui, um rapaz que aprenderá, no futuro, a sua verdadeira missão, mas é, ainda, um jovem inexperiente, com as dúvidas e inquietudes de um adolescente comum, com a agravante de aceitar os desafios que os seus super-poderes acarretam.

Passados setenta anos, não há dúvida de que o Super-Homem é um verdadeiro ícone da nossa cultura. Faz parte de um universo cognitivo - toda a gente sabe quem ele é, mesmo quem nunca tenham lido banda desenhada… Saibam mais sobre este extraordinário super-herói em http://www.supermanhomepage.com

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