Uma verdadeira surpresa. Nunca pensei que viesse a gostar tanto de um filme considerado como “destinado a adolescentes”. Podia ser mais um teen movie, mas apenas porque os principais protagonistas são jovens? Não me parece… Por outro lado, ao entrar na sala, ia confiante por se tratar de um filme de vampiros, de que eu gosto tanto. Mas não era nem uma coisa, nem outra...

O que fui encontrar no cinema foi uma obra bem mais interessante. De vampiros, de facto, mas diferente de tudo o que já tinha visto: “vampiragem” com muito romance à mistura. Nestes vampiros, não se vêm ferroadas nos pescoços, nem medo à luz do dia. Neles, vemos um outro lado, que não apenas o de serem maus e alimentarem-se exclusivamente de sangue humano. Portanto, “Crepúsculo” apresenta-se como sendo diferente de todos os outros filmes do género até à data. Todo o enredo à base do romance, os diálogos, a estética, luz, todos os ambientes e envolvência, está tudo muito bem conseguido. Acrescente-se as convincentes interpretações dos actores, com destaque para o par Kristen Stewart (Isabella Swan) e Robert Pattinson (Edward Cullen).

“Crepúsculo”, o filme, é adaptação de uma série de livros criados pela escritora americana Stephenie Meyer. Podia ser como qualquer outra história, não fosse a existência de um elemento irresistível e inesperado (para qualquer idade, note-se): o objecto de paixão da protagonista é um vampiro. Isabella Swan, acabada de chegar à nublada e húmida cidade de Forks, contra a sua vontade, tenta adaptar-se à vida provinciana do lugar, onde todos se conhecem, e habituar-se a viver com o pai, com quem nunca convivera. Eis que, no seu destino, se cruza Edward Cullen, um rapaz estranhamente belo, perfeito, misterioso e, aos primeiros sinais, hostil à sua presença, o que provoca em Bella um misto de inquietação desconcertante e fascínio. Ela acaba por se apaixonar, mesmo quando ele a avisa de que representa um risco para ela. Mas Bella não é uma rapariga comum, mesmo sendo ele um vampiro. Ela apenas precisa controlar o seu corpo quando Edward a toca. Ele, por seu turno, a controlar a sua sede pelo sangue dela. Em meio a medos, descobertas e alguns sobressaltos, Edward é, de facto, perigoso. Mas não se pense que neste universo idílico e fantasioso, não há espaço para a acção e o suspense. Há momentos bem interessantes, neste aspecto, que dão bom ritmo ao filme.

As personagens, construídas por Stephenie Meyer, humanas ou nem por isso, mostram-se de tal forma familiares nos seus dilemas e comportamentos, que o sobrenatural acaba por nos parecer normal. Só assim se torna plausível - e irresistível - a paixão de uma adolescente de 17 anos por um encantador vampiro. Em suma, este é um dos melhores filmes de vampiros (se é que se pode qualificar como tal) dos últimos tempos. Uma boa surpresa que vale a pena ver.

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