Ainda não me refiz da morte de Michael Jackson... Fora de qualquer polémica, ele foi o artista que fez a "banda sonora" das nossas vidas, nos idos anos 80 e 90... Os seus "telediscos" surpreendiam-nos e maravilharam-nos vezes sem conta. Infelizmente, talvez demasiado cedo, foi-se, para sempre, um verdadeiro ícone pop.

Embora tenha começado muito pequeno, foi em finais dos anos 70, em 1979, com "Off The Wall", que Micheal dá o verdadeiro salto para o estrelato. Com o disco sound a chegar ao fim, Michael, com o apoio de Quincy Jones, irrompe por um funk mais electrónico, impondo-se como um dos mais populares artistas negros da sua época. Singles contagiantes como "Don't Stop Til You Get Enough" e "Rock With You" levam "Off the Wall" a manter-se 48 semanas no Top 20 da Billboard, traduzindo-se em 20 milhões de cópias vendidas em todo o mundo. Depois, veio "Thriller". O sucesso foi tal, que em 1984, Michael obteve umas inéditas 12 nomeações para os Grammys. De "Thriller" pode dizer-se que é um disco impecável, sem falhas, com uma produção à frente do seu tempo e uma interpretação ímpar. "Billie Jean", "Beat It" ou "Thriller", só para nomear algumas ("Thriller" foi um álbum com nove temas, dos quais sete chegaram ao top 10 de singles), são canções que Michael transformou em poderosos clássicos e que, por isso, recusam a passagem do tempo. Não é à toa que vão saindo para o mercado de DJs, bootlegs desses temas, dando provas da vitalidade dos mesmos nas pistas de dança.

Michael era, sem sombra de dúvida, um singular caso de sucesso e talento. Em 1984, a Time Magazine chegou a descrever Michael como "estrela de discos, rádio e vídeos rock. Uma equipa de um só homem capaz de salvar a indústria. Um escritor de canções que estabelece o ritmo para uma década. Um bailarino com os pés mais sofisticados da rua. Um cantor que atravessa todas as divisões de estilo, gosto e até cor. Michael Jackson, 25 anos de idade".

Isolado, "Thriller" deu à indústria discográfica um dos melhores desempenhos de lucro até à época, estabelecendo também uma nova fasquia para o sucesso de um artista: Michael tinha uma das mais altas percentagens de royalties dos EUA, que se traduziam em dois dólares por cada unidade vendida. Se multiplicarmos esses dois dólares pelos 100 milhões de cópias vendidas, facilmente percebemos a origem do luxo extremo em que viveu Michael, no seu rancho Neverland, equipado com o seu próprio parque de diversões e zoo privado.

Em 25 anos passados após "Thriller", Michael nunca mais conseguiu atingir a elevada fasquia desse trabalho, embora não possamos esquecer um magnífico "Bad", o álbum que assinalou a última colaboração do cantor com Quincy Jones, ou sucessos isolados, como "Smooth Criminal", "Man in the Mirror" e "Blood on the dancefloor". O facto é que a música pop nunca mais foi a mesma. E aqui vejo um grande paralelismo com uma amiga sua, outro grande ícone - Madonna. Tal como ela, Michael ajudou a transformar a Pop num verdadeiro negócio global. Ele, Rei da Pop e ela, Rainha da Pop. Dois verdadeiros ícones que se deram muito bem e nutriram uma amizade que tornaram pública, indo a alguns eventos juntos. Porque não? Nenhum melhor do que outro, para compreender as vicissitudes das vidas famosas que levavam. Ambos impuseram a sua marca e pioneirismo no universo da música pop, arrastando sempre uma legião de fãs. E ambos viram as suas vidas expostas nos media, aos olhos de todo o mundo...

Michael preparava-se para renovar o título de majestade da Pop, com uma série de 50 concertos (tantos quanto a sua idade), em Londres. Veio a falecer pouco antes de poder despedir-se dos seus admiradores da melhor forma: em palco, a fazer moonwalking. Com a sua morte, a cultura Pop ficou mais pobre… Na Terra, há um artista a menos mas no Céu, há mais uma estrela, fulgurante, a brilhar. Michael Jackson desaparece, deixando uma obra ímpar e brilhante. Que o seu espírito criativo e artístico perdure sempre no seu legado musical e visual... Que a sua luz continue a brilhar por muito tempo, porque o seu nome já está registado na História.

Num mundo global que se tem vindo a tornar cada vez mais pequeno, poucas notícias há que causem o impacto desta. Por isso, a morte de Michael Jackson causou uma enorme onda de reacções e emoções, perceptível, sobretudo, na internet. Aqui ficam algumas, em jeito de homenagem:
Lisa Marie Presley, ex-mulher de Michael Jackson, afirmou estar "muito triste e confusa, [sentindo] todas as emoções possíveis. Estou de coração partido pelos seus filhos, que sei que eram tudo para ele, e pela sua família. Isto é uma perda tão gigantesca a tantos níveis que me falham as palavras".

Em declarações ao site da revista People, Madonna disse: "Não consigo parar de chorar desde que ouvi a triste notícia. Sempre admirei o Michael Jackson. O mundo perdeu um dos grandes, mas a sua música vai viver para sempre. Meu coração está com os seus três filhos e com os outros membros da sua família. Deus os abençoe".

Cher e Celine Dion falaram em directo para o programa televisivo de Larry King. A primeira lembrou um rapaz "optimista", "lindo" e "adorável": "Deus dá-nos certos dotes. Ele era um cantor fantástico ". Já Celine Dion, considera-o uma pessoa "extremamente talentosa", recordando: "Tive o privilégio de trabalhar na mesma editora que ele. E tive o privilégio de conhecê-lo há muito, muito tempo. Ele nunca vai morrer."

Por seu turno, Quincy Jones, mostrou-se "arrasado" pela notícia: "Não tenho palavras para comentar o facto de o Michael nos ter sido tirado tão jovem. Foi a divindade que fez com que nos cruzássemos e nos permitiu que fizéssemos o que fizemos nos anos 80. Até hoje, a música que criámos em Off The Wall , Thriller e Bad é tocada em todo o mundo e a razão para tal é que ele tinha tudo... talento, graciosidade, profissionalismo e dedicação".

Os britânicos Coldplay publicaram uma mensagem no Twitter, dizendo: "O Michael Jackson era o melhor dos melhores. A sua música e as suas actuações fizeram do mundo um lugar mais brilhante. A sua luz vai brilhar para sempre".

Mika também partilhou os seus sentimentos, "Estou muito triste com a morte do Michael Jackson. Não conseguia desligar dos discos dele durante a minha infância. É um completo herói musical meu. Que descanse em paz".

Mariah Carey escreveu "Estou devastada . As minhas preces vão para a família Jackson e o meu coração vai para os seus filhos. Que nos lembremos dele pela sua contribuição sem paralelo para o mundo da música, pela sua generosidade espiritual na sua batalha para curar o mundo e a alegria que trouxe a milhões de fãs devotos em todo o mundo. Sinto-me abençoada por ter actuado com ele várias vezes e por poder chamá-lo de amigo. Nenhum artista vai tomar o lugar dele. A sua estrela vai brilhar para sempre".

Lenny Kravitz recorda a experiência de ter visto um concerto de Michael Jackson quando tinha apenas 8 anos (o primeiro que viu na vida) e acrescenta: "Era um ser humano lindo. Estou muito triste esta noite. Se não fosse ele eu não estaria a fazer música. Ele deu-me muita alegria quando era criança e mostrou-me o caminho a seguir. Ele era música. Ponto final. A sua grandeza enquanto estrela era fantástica, mas antes de ser o Rei da Pop já tinha dito tudo. Que descanses em paz querido Michael. Deste-nos tudo o que tinhas para dar".

Brian May, guitarrista dos Queen, escreve na sua página: "Penso que o mundo é um lugar mais colorido graças ao trabalho do Michael. Pode ser descrito como um artista maior: dedicou corpo e alma à sua arte. Só espero que ele tenha morrido feliz, a viver grande excitação com a sua gloriosa digressão de regresso".

Beyoncé também publicou uma mensagem no seu site oficial: "É uma perda trágica e um dia terrível. O incomparável Michael Jackson teve mais impacto na música que qualquer outro artista na história da música. Ele era mágico. Era aquilo que todos nós nos esforçamos por ser. Vai ser sempre o Rei da Pop! A vida não tem a ver com quantas vezes respiras, mas com quantos momentos te deixam sem fôlego. Todos nós tivemos o privilégio de ter vivido nesta geração e experienciar a magia do Michael Jackson. Adoro-te, Michael".

Paul McCartney , o ex-Beatles que colaborou com Michael Jackson em "Say Say Say", "The Girl is Mine" e "The Man", diz: "Sinto-me privilegiado por ter passado algum tempo e trabalhado com o Michael. Ele era um rapaz homem tremendamente talentoso e tinha uma alma meiga. A sua música vai ser recordada para sempre e as minhas memórias dos nossos tempos juntos serão felizes".

Tina Turner disse à Spinner: "Estou chocada e muito triste com a morte do Michael. Eu, juntamente com milhares de fãs, estava ansiosa por vê-lo fazer uma nova digressão. Agora, que descanse em paz".

Diana Ross , sua grande amiga e que apresentou os Jackson 5 ao mundo, é uma das mais devastadas... "Não consigo parar de chorar. Isto é demasiado repentino e chocante. Não consigo imaginar isto. O meu coração dói. As minhas preces vão para os filhos e a família" , disse à MTV.

Despeço-me também de Michael, com uma música sua, cujo título diz tudo, "Gone too soon":
Like A Comet
Blazing 'Cross The Evening Sky
Gone Too Soon

Like A Rainbow
Fading In The Twinkling Of An Eye
Gone Too Soon

Shiny And Sparkly
And Splendidly Bright
Here One Day
Gone One Night

Like The Loss Of Sunlight
On A Cloudy Afternoon
Gone Too Soon

Like A Castle
Built Upon A Sandy Beach
Gone Too Soon

Like A Perfect Flower
That Is Just Beyond Your Reach
Gone Too Soon

Born To Amuse, To Inspire, To Delight
Here One Day
Gone One Night

Like A Sunset
Dying With The Rising Of The Moon
Gone Too Soon...

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