Constituída no mês de Dezembro do ano passado, a Confraria dos Sabores de Sintra nasceu da vontade de um grupo de pessoas, profundamente ligadas a Sintra, que pretendem valorizar, defender e promover o património gastronómico e, de uma forma geral, os usos, costumes e tradições da região.

No passado dia 2 de Abril, apresentou-se pela primeira vez, procedendo à entronização dos primeiros Confrades. Entre eles, Paula Taborda, Carlos Veríssimo, Fátima Vilela, Jorge Santos Silva, Augusta Osório de Castro, João Rôlo, Lina Belo e eu próprio, entre muitos outros… 55, no total!

Todos os confrades convidados têm uma ligação especial a Sintra, que passa pela admiração da sua beleza e dos seus encantos, pelos seus produtos gastronómicos, pela sua cultura e história. O que faz com que sejam radicados não só em Sintra, como em locais bem mais distantes. Sendo uma associação que tem, na sua génese, amantes e apreciadores de Sintra, é de referir também a pronta adesão de produtores locais de referência. Entre os produtos mais emblemáticos de Sintra, salientam-se: as Queijadas, os Travesseiros, os Fôfos de Belas, o Vinho de Colares (Ramisco), a Maçã Reineta, o Pêssego de Colares, o Leitão de Negrais, além de outros…

Quanto ao traje, envergado pelos Confrades, o mesmo é constituído por Cartola azul escura (alusiva à época de Eça de Queiroz, escritor intimamente ligado a Sintra), com capa azul escura e sobrecapa, ambas debruadas a verde, bordeaux e ouro, são da autoria do conceituado estilista João Rôlo. A escolha das suas cores acentua as muitas virtudes de Sintra: o azul do mar, o verde da natureza e do seu misticismo, e o bordeaux dos vinhos; o dourado denota a vivência palaciana, justificando a máxima “Ouro sobre azul…”.

A Confraria dos Sabores de Sintra foi apadrinhada, nesta cerimónia, pela Confraria Queirosiana, devido à grande ligação de Eça de Queiroz a Sintra, tendo este acto sido testemunhado por Madalena Carrito, Presidente da Federação Portuguesa das Confrarias Gastronómicas. Durante a entronização e o jantar que se lhe seguiu, destaco a presença de Fernando Seara, Presidente da Câmara Municipal de Sintra e de José Lino Ramos, Vereador responsável pelo Pelouro do Turismo da Câmara Municipal de Sintra, para além de um número significativo de ilustres convidados, que muito honraram com a pronta adesão a esta iniciativa.

Cada vez mais, a gastronomia e o turismo são indissociáveis. Isto porque a gastronomia, enquanto factor de diferenciação cultural, adquire uma relevância, cada vez maior, na promoção de um destino turístico. Não é à toa que a ANERT – Associação das Entidades Regionais de Turismo tenha defendido, recentemente, que o produto gastronomia e vinhos seja prioritário em todas as regiões… Neste contexto, assume grande importância a valorização e o reconhecimento por parte das confrarias gastronómicas, pelo seu envolvimento em termos culturais, turísticos e sociais.

Por outro lado, as confrarias gastronómicas representam a cultura viva do que é nosso, pois a elas compete-lhes zelar pela preservação e divulgação da identidade e do saber fazer tradicional do património gastronómico. Neste caso, a Confraria dos Sabores de Sintra, ao promover, divulgar e proteger os produtos gastronómicos da região e todos os saberes e tradições que lhe estão inerentemente associados, contribui para a afirmação do interesse turístico e do património cultural de Sintra.

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  1. Falta para a sobremesa os "Serenins de Queluz"

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