And the band played on… Depois do estrondoso desfile de Nuno Gama, foi a irreverência de Filipe Faísca que marcou e encerrou esta última edição da ModaLisboa - Lisboa Fashion Week. "Vision" foi o lema de mais uma edição da ModaLisboa, que durante três dias, entre 7 e 9 de Março, preencheu de glamour e criatividade o Páteo da Galé, no Terreiro do Paço, juntando designers de moda já conhecidos e novos valores. Foi mais um fim-de-semana em cheio para a capital portuguesa, que apresentou as melhores propostas de moda sugeridas pelos criativos do nosso país para a próxima temporada Outono/Inverno 2014. E “Vision” porquê? Porque na ModaLisboa acreditam, antecipam e criam o futuro da indústria da moda no nosso país. “Vision” porque a ModaLisboa apresenta, como sempre e em primeira mão, a excelência e a ousadia das coleções concebidas pelos designers nacionais (Valentim Quaresma, Alexandra Moura, Nuno Baltazar, Lidija Kolovrat, Saymyname, Luís Carvalho | Lab, Ricardo Preto, Luís Buchinho, Nuno Gama, Aleksandar Protic, Ricardo Andrez | Lab, Pedro Pedro, Dino Alves, Miguel Vieira e Filipe Faísca). “Vision” porque no âmbito do protocolo de intercâmbio com a FashionPhilosophy/ Fashion Week Poland, apresentaram a visão de moda do “guest designer” Lukasz Jemiol. Nesta 42.ª edição do maior certame de moda da capital, foram muitos os nomes mais famosos que marcaram as passarelas da moda portuguesa, no já emblemático e incontornável certame. Na primeira noite, o destaque vai para “Sangue Novo”, um impressionante desfile que permitiu a novas promessas da moda naciona apresentarem as suas colecções, algumas mais ousadas, outras mais irreverentes, mas todas originais. No segundo dia, Nuno Baltazar iniciou os desfiles no Pátio da Galé, seguindo-se os de Lidija Kolovrat, de Saymyname, de Luís Carvalho e do designer convidado, o polaco Lukasz JEmiol. O segundo “round” culminou com as propostas de Ricardo Preto e Luís Buchinho. O intervalo dos desfiles foi aproveitado por muitos para uma visita a duas exposições que, nos três dias do evento, estiveram patentes nos Paços do Concelho. Trata-se da pop-up store Wonder Room, que apresentou seis dos jovens designers do Sangue Novo; e de mais uma edição de Workstation, a ModaLisboa Vision pelo olhar de seis fotógrafos: Anna Balecho, Arlindo Camacho, Élio Nogueira, Sal Nunkachov, Seth Solo e Telma Russo. Bom de ver!
No terceiro e último dia, as arrojadas e criativas peças de Nuno Gama foram apresentadas em plena Praça do Comércio, marcando uma das principais atrações desta edição da ModaLisboa. Com o céu a ameaçar chuva, que felizmente teimou em não cair, e ao som da charanga da GNR (Guarda Nacional Republicana), composta por 80 elementos e 20 cavalos, os modelos do criador português desfilaram em torno na estátua de D. José e maravilharam toda uma assistência entusiasmada e surpreendida pela originalidade do desfile. Momento alto foi também o desfile das “amazonas” Raquel Prates, Lucia Garcia, Iva Lamarão ou Jani Gabriel que, acompanhadas por guardas e seus corcéis, apresentaram a linha feminina do estilista, que foi muito aplaudido.
Mais tarde, perante uma sala recheada de muitas caras conhecidas que se vestiram a rigor para ir conhecer as novas tendências, pois a moda não se limita apenas à passerelle, desfilaram ainda no Páteo da Galé as propostas de Aleksandar Protic, Ricardo Andrez, Pedro Pedro, Dino Alves, Miguel Vieira e Filipe Faísca. E como inicei, termino com este criador, que a todos espantou. O regresso de Filipe Faísca à passerelle fez-se com um desfile que não se limitou ao tema por si proposto – Entropy, já que foi também uma catarse. Foi uma das passagens mais aguardadas, até porque Faísca fizera um interregno na apresentação pública do seu trabalho. Explodiram aplausos, vivas e entusiasmados assobios quando, para além dos mais requisitados rostos desta ediçaõ da ModaLisboa (Milena, Sharam ou Fabiana), Faísca vestiu nomes fortes da indústria como Luís Pereira, João Pombeiro, Mariama Barbosa, e fez regressar modelos “old school”, como Sofia Aparício e outras, já para não falar do regresso de Flor ou da estreia sensual de Leonor Poeiras, a usar uma das suas arrojadas transparências. E apesar dos sapatos de solas vermelhas “falarem francês”, a mensagem evidente desta coleção foi clara: o que é nacional ainda é muito bom. Portanto, entre Nuno Gama e Filipe Faísca, o primeiro e o último desfile respectivamente dos sete que marcaram o calendário de ontem, fechou-se mais um círculo que mostrou que, para além da moda, o último dia da ModaLisboa foi também uma festa. Glamour, criatividade q.b. e alguma ousadia marcaram esta 42.ª edição da ModaLisboa, porque Lisboa está, mais do que nunca, na moda. Ainda este ano, por volta de Outubro, a ModaLisboa - Lisboa Fashion Week regressa para mais uma edição, com a organização a apostar, mais uma vez, na afirmação da indústria portuguesa da moda e dos seus criadores… Saibam mais em dailymodalisboa.blogspot.com e em www.modalisboa.pt
ModaLisboa “Vision” com design em cortiça Uma curiosidade a salientar. Fruto de uma parceria com a Corticeira Amorim, os desfiles da ModaLisboa - Lisboa Fashion Week foram feitos sobre um piso de cortiça Wicanders, uma matéria-prima natural, confortável, que beneficia a acústica do espaço e de estética diferenciada. A sua utilização não se limitou ao piso e a cortiça surgiu também como elemento principal do projecto de cenografia e design de interiores desta edição da ModaLisboa, da responsabilidade dos arquitetos Rita Muralha e Raul Santos. O aglomerado de cortiça expandido, que se caracteriza por uma tonalidade escura, surgiu amplamente utilizado como revestimento de paredes interiores, assim como em formato de mobiliário interior, preparado para o efeito. Assim, diferentes áreas do evento foram revestidas em cortiça, como a sala de desfiles, a sala Club, a área social, o Wonder Room e o backstage. De acordo com Eduarda Abbondanza, Presidente da Associação ModaLisboa: “A cortiça é um património nacional, uma indústria muito importante na nossa economia e uma excelente matéria-prima ecológica. Sendo a ModaLisboa uma plataforma de comunicação, e tendo desde sempre como missão a divulgação da produção e design nacional, pretende-se nesta edição associar cortiça à Moda, conferindo-lhe uma multiplicidade de utilizações.” Por seu turno, para a Corticeira Amorim, havia uma clara sintonia entre o perfil da ModaLisboa e o posicionamento da empresa, que a partir de uma matéria-prima nacional e suportada por um investimento significativo em inovação, leva Portugal aos quatro cantos do mundo. Carlos de Jesus, Diretor de Comunicação e Marketing da Corticeira Amorim, acrescentou que “Depois de ver a cortiça ser utilizada em eventos semelhantes em grandes capitais da moda, era para nós importante uma associação a um palco nacional, que de forma privilegiada colocasse um público tão vasto em contacto com as soluções de cortiça e as suas mais-valias estéticas, de conforto e de sustentabilidade.” Uma parceria ganha, portanto!

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