Da Warner Bros. Pictures e Legendary Pictures chega-nos “Kong: A Ilha da Caveira”, uma longa-metragem que recria as origens do mítico gorila Kong numa emocionante e original aventura.

Uma equipa viaja até à misteriosa Ilha da Caveira numa missão de reconhecimento. Porém, eles não sabem que estão a invadir um território repleto de animais bizarros, de formas gigantescas e, na sua maioria, perigosos. Sobretudo, o grupo não contava encontrar lá um gorila gigante, que os intercepta logo à chegada, dando-lhes uma violenta “boas-vindas”.

King Kong é uma daquelas figuras que faz parte do imaginário cinéfilo colectivo. O gorila gigante a escalar o Empire State Building é algo que, mesmo tendo sido realizado na década de 1930, se tornou um ícone do cinema, afeito a inúmeras reinvenções. “Kong: A Ilha da Caveira” é mais uma delas. Ao longo de 84 anos, o lendário King Kong passou por diversas roupagens e até por projetos que desejavam apenas apanhar boleia do seu sucesso. Por isso, o primeiro desafio de “Kong: A Ilha da Caveira” era, precisamente, saber como trabalhar em cima de um ícone cristalizado há tanto tempo.

Nesse sentido, o filme realizado por Jordan Vogt-Robert utiliza a personagem de King Kong como uma figura já construída e reconstruída, que não precisa de ter a sua verdade, as suas essências ou a sua profundidade reveladas. Aqui, Kong ainda não tem o título de “rei” (por isso não é tratado por King). Ele é o último da sua espécie e tenta defender a ilha de ameaças internas e externas. Os humanos, por exemplo, são uma delas. O gorila gigante é visto como uma espécie de chefe reinante e neste episódio, não se apaixona por ninguém, nem se relaciona de maneira mais intensa com os humanos. Mas também não os ignora por completo… e a personagem feminina não deixa de lhe causar algum fascínio e curiosidade. O elenco aglomera um grupo de estrelas, com Tom Hiddleston, Brie Larson, Samuel L. Jackson, John Goodman e John C. Reilly na pele da equipa de protagonistas que invade a ilha e é recebida pelos temíveis monstros.

“Kong: A Ilha da Caveira” procura também construir uma visão crítica da relação entre os humanos e o meio ambiente, ao mesmo tempo em que tenta ser um filme divertido de guerra e de aventura. “Precisava dizer algo sobre o nosso relacionamento com a natureza, a guerra, e a maneira como vivemos no mundo”, explicou o realizador. “Adorei a ideia de mostrar o quanto os anos 1970 foram o espelho perfeito para todos os problemas que acontecem no mundo de hoje”, acrescenta.

Assim, esta versão de 2017 não visa aprofundar as suas personagens, explicar as suas origens ou o cerne das suas missões. E os espectadores somos colocados numa série de estímulos audiovisuais em que o único objetivo é o espectáculo e a diversão. Neste frenesim de efeitos especiais, macacos e monstros gigantes, de misto entre “Apocalipse Now” e “Indiana Jones”, tudo o que surge visa o puro divertimento. É quase como se de um passeio por um parque de diversões se tratasse. E o que se pode dizer de “Kong: A Ilha da Caveira” é que a entrada para esse parque vale mesmo a pena!

Resumindo, “Kong: A Ilha da Caveira” é o típico filme de pipocas, empolgante e realmente divertido. O compromisso do filme é com o entretenimento e não com a profundidade das suas mensagens ou personagens, o que, feito na dose certa, funciona bem. A ligação com o “Godzilla” de 2014 é subtil, mas empolga ao dar um vislumbre do que será o embate entre os dois monstros da Warner. Aliás, é justamente a cena pós-créditos a responsável por esse empolgamento, ou seja, não abandone a sala até que as luzes do cinema se acendam na totalidade.


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