O responsável por essa proeza, a pessoa que realizou o milagre de trazer esta galeria de figuras e personagens famosas à vida é Nathan Shipley, um artista gráfico baseado em San Francisco, EUA, que usou inteligência artificial (IA) para “ressuscitá-los” ou, melhor dizendo, humanizá-los. No seu perfil no Twitter e Instagram, Shipley já partilhou, entre outros experimentos, os resultados das versões realistas de Monalisa e Frida Kahlo, por exemplo.
Shipley colocou os seus vastos conhecimentos em animação e efeitos visuais ao serviço da criação de imagens impossíveis e da exploração de novas tecnologias. Quando o artista viu as possibilidades que a inteligência artificial e as ferramentas disponíveis ofereciam, ele percebeu que muitas das coisas que poderiam ser feitas seriam impossíveis de outra forma. As suas criações foram efectuadas a partir do uso de um codificador chamado StyleGAN.
"[...] para mim, criar arte é tanto uma expressão de curiosidade quanto um acto de exploração do processo. Mesmo algumas coisas que podem ser tecnicamente possíveis com VFX e CG podem ser demoradas e caras, enquanto a IA permite possibilidades inteiramente novas", afirma Nathan Shipley.
Como este artista explica, a IA simplesmente interpreta o que vê com base na sua capacidade de analisar. “Este é um espaço para explorar como as redes neurais artificiais interpretam o mundo de uma forma que pode ser semelhante às nossas mentes. Não estou a dizer que uma imagem gerada é a aparência real da Mona Lisa, mas é a maneira como o computador a vê com base num determinado arranjo de variáveis. Isso, para mim, é fascinante".
O gosto de Nathan pela arte em geral e pela informática foi o que o levou a realizar este projeto onde arte tradicional e tecnologia, passado e futuro se unem. A inteligência artificial sugere uma tecnologia não natural, radicalmente diferente da carne-e-osso, do calor e até mesmo da textura dos corpos vivos dos seres humanos. Contudo, o artista gráfico ultrapassa essa distância e aproxima a IA da vida real, utilizando os seus talentos e as capacidades em tecnologia para justamente dar vida às personalidades que só conhecemos por pintura, ou que só existem nos ecrãs – pintadas, dos cinemas ou dos computadores. Da família real britânica, passando por alguns presidentes históricos dos EUA, grandes artistas do passado e até às personagens queridas das animações, tudo o que é desenho animado ou pintura é transformado em imagens hiper-realistas, com efeito fotografia, nas mãos de Shipley.
“O meu interesse em explorar a manipulação facial e a arte generativa fazendo uso da inteligência artificial começou com um projeto para o museu Salvador Dali denominado “Dali Lives" em 2018. Usei um código deepfake para trazer Dali de volta ao museu e falar com os visitantes sobre sua arte”. Agora, Shipley humaniza e dá-nos uma perspectiva diferente das figuras de sempre e das personagens mais recentes.
Fiquem, então, com obras de arte e personagens de animação transformados em “pessoas reais” por Nathan Shipley.
Henry VII