Em Maio de 1998, iniciou-se uma espécie de rastilho, que veio elevar a auto-estima dos portugueses. Principalmente porque, como muitos "velhos de Restelo" que sempre subsistem, poucos eram os que acreditavam na nossa capacidade organizativa. Mas conseguimos! Colocámos de pé, com êxito, a Exposição Mundial que veio celebrar um importante legado - os Oceanos.
De 22 de Maio a 30 de Setembro daquele ano, a Expo’98 projectou a imagem de Portugal como há muito não acontecia e convertendo-nos, ainda hoje, numa importante referência no assunto. Lisboa, por outro lado, viu ganhar uma considerável "fatia" urbana de cidade, com importantes edificios.

No Parque das Nações, ergueu-se toda uma metrópole, com torres de habitação e escritórios de grandes empresas, vários hotéis e uma grande zona verde, o Parque do Tejo e do Trancão. O Oceanário, o segundo maior do mundo, com seis milhões de metros cúbicos de água e 16.000 seres vivos, é um autêntico campeão de bilheteiras: já recebeu mais de 12 milhões de visitantes. O Pavilhão do Conhecimento está aberto ao público, mais destinadso Às crianças. O Pavilhão Atlântico, assim como a FIL, mantém uma agenda constante. O Pavilhão do Futuro deu lugar a um outro caso de sucesso - o Casino Lisboa, e o Teatro Camões tornou-se Sede da Companhia Nacional de Bailado. Toda uma série de infrastreuturas, que mantém um considerável fluxo de pessoas, para além das que habitanm na área.

Há, contudo e infelizmente, outras que estão esquecidas... O lindissimo Pavilhão de Portugal, de Siza Vieira, que esteve para ser Sede do Conselho de Ministros, está obsoleto. A Torre Vasco da Gama, para a qual, parece, existe um projecto hoteleiro, também está dada ao abandono. A Marina ficou "vazia", no seguimento dos problemas de assoreamento e muitos dos edifícios circundantes, que albergaram restaurantes e bares, estão fechados. A Praça Sony, palco de grandes momentos, mantém-se disponivel. Ao que tudo indica, trata-se de um lote de ampliação da FIL...

Mas apesar destas "falhas", o projecto de reabilitação da zona Expo foi um grande sucesso e hoje, volvidos 10 anos, tornou-se numa vasta área com uma elevada qualidade de vida, muito procurada, quer por particulares, quer por empresas. O Parque das Nações tornou-se numa dos poucas zonas de Lisboa verdadeiramente utilizada pelos seus habitantes. O Tejo foi devolvido à cidade!
Da minha parte, adorei a Expo'98. Nunca pensei me divertir tanto e vivê-la da maneira que a vivi - intensamente. Depois da nossa experiência, tive oportunidade de ir à Exposição Universal de Hannover e, ainda este ano, vou tentar passar pela de Zaragoça.

Depois de uma Expo’98 e de um Euro 2004, faz-nos falta um novo evento, com estas proporções, pois, da maneira como andam os ânimos, só o futebol não basta... Pena termos perdido, para Espanha, a prestigiada America’s Cup.

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