Este é já o 22ª filme baseado na história do famoso agente secreto criado pelo escritor britânico Ian Fleming, e o segundo a contar com Daniel Craig - que já encarnara Bond em "Casino Royale" (2006). Traído, nesse “episódio”, por Vesper, a mulher que alguma vez amou, 007 luta agora contra a vontade de tornar a sua última missão num objectivo pessoal. Na sua determinação de descobrir a verdade, James Bond e M (Judi Dench) interrogam o Sr. White, que acaba por revelar que a organização que chantageou Vesper é mais complexa e perigosa do que algum deles podia imaginar. Entretanto, a inteligência forense liga um traidor do MI6 a uma conta bancária no Haiti, onde um caso de identidades trocadas acaba por apresentar Bond à bela e determinada Camille (Olga Kurylenko), uma mulher em busca da sua própria vingança. Camille leva Bond ao encalço de Dominic Greene (Mathieu Amalric), um brutal “homem de negócios” e uma das maiores forças dentro da misteriosa organização. Nesta missão, que o leva a Áustria, Itália e América do Sul, o agente 007 descobre que Greene anda a conspirar para obter o controlo total sobre um dos mais importantes recursos naturais do mundo, fazendo acordos com duvidosas personagens, como o exilado General Medrano (Joaquin Cosio) e manipulando poderosos contactos dentro da CIA e do próprio Governo Britânico. Neste cenário, impregnado de mentiras, traições e assassinatos, Bond tem de se aliar a velhos amigos para descobrir a sua verdade e desmascarar o vilão.

Para muitos, "Quantum of Solace" pode não ser o tipo de filme de James Bond a que estavam habituados, parecendo-se mais com um filme de acção actual, bem ao estilo do "Ultimato Bourne". Mas não terá sido Bourne que foi "beber" inspiracao ao mais famoso gente secreto de todos os tempos? De facto, o 007 que conhecíamos tinha que se modernizar e acompanhar os tempos. Talvez não precisasse de ser tão musculado ou loiro, mas acreditem, que este novo episódio da saga Bond faz as delícias de qualquer aficionado do cinema moderno. E nesse âmbito, trata-se de mais um excelente momento de cinema, feito de puro entretenimento, onde não faltam excelentes sequências de acção e adrenalina, com perseguições alucinantes (algumas delas bem ao jeito de Bond, como a da sequência inicial em automóvel), nos mais variados destinos turísticos.

Daniel Craig encarna bem o papel que o realizador Marc Forster lhe destinou. Pode não ser o 007 inicialmente idealizado por Fleming: onde anda o galã sedutor que Moneypenny idolatrava? Onde pára o humor britânico? E as últimas engenhocas de Q, onde estão? Mas o que lhe falta em charme e "gracinhas" (às vezes, o Bond de Roger Moore era demasiado "palhaço"), Craig compensa com beleza corporal e uma predispoisão para a acçao como antes não tínhamos visto. Bond não poderia ser mais um cliché de si próprio, ao 22º filme. E as bond-girl não decepcionam... Com este novo rumo dado à sua personagem, estou certo de que Feling ficaria orgulhoso, pois só assim 007 pode continuar a perdurar no tempo...

"Quantum of Solace" é, assumidamente, um filme de entretenimento e, ao contrário de Casino, não faz supor existir um terceiro acto, pois acaba com um final esperado, deixando-nos a salivar por mais. Já não me lembrava de um filme 007 tão pertinente e apetecível.

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