Sandra Bullock e George Clooney vivem em “Gravidade”, um suspense emocionante e invulgar, que nos leva ao infinito e implacável espaço sideral, causando-nos uma enorme angústia… Neste filme, realizado por Alfonso Cuarón, Bullock interpreta a Dra. Ryan Stone, uma brilhante engenheira na sua primeira missão espacial, ao lado do experiente astronauta Matt Kowalsky (Clooney), a comandar o seu último vôo antes de se reformar. Mas eis que durante uma aparentemente normal e rotineira operação espacial, ocorre um acidente sem precedentes. A nave é destruída, causando a morte de outros elementos da equipa e deixando Stone e Kowalsky completamente sozinhos no espaço, dependendo um do outro, num ambiente de total escuridão, vazio e silêncio… Um silêncio “ensurdecedor” que confirma que perderam qualquer ligação com a Terra… e qualquer hipótese de resgate! Assim como o medo dos protagonistas se vai tornando em pânico, o oxigénio que resta também vai sendo consumido vertiginosamente. E, provavelmente, a única forma de voltar para casa seja a de encarar a imensidão assustadora do espaço. E com isto, nós, que assistimos, ficamos completamente tomados de surpresa e "siderados" na inusitada narrativa. Tudo corre mal. E acabamos por ficar completamente presos à cadeira… Este filme deveria ter um aviso à entrada, do tipo “Não é indicado para grávidas e/ou pessoas com problemas cardíacos, hipertensão ou extrema sensibilidade”. Porque é, de facto, arrebatador! Acompanhamos o desespero de dois astronautas, que ao fazerem a manutenção de um satélite e após sofrerem um acidente, se desprendem da nave e acabam por ficar a vaguear espaço. Como se de náufragos se tratassem… E “Gravidade” passa-nos a incrível sensação de solidão, pois o silêncio e o desconhecido do espaço são assustadores. Mas "Gravidade" não se fica apenas focado na ficção-cientifica… O filme mostra um renascimento da Dra. Stone, que nos vai tocando até ao fim. É este o fio condutor, a sua luta pela sobrevivência, e são várias as vezes que nos identificamos com a personagem interpretada por Sandra Bullock: sensações de desespero, alivio ou medo, sempre constantes. Mas para além de “forte”, o filme é igualmente espectacular! Para lá dos detalhes técnicos e exímios, temos ainda a questão poética, as belíssimas imagens da Terra que nos faz admirar. “Gravidade” é, por isso, um deleite técnico e visual. A alternância entre som e silêncio, amplifica o drama e a banda-sonora angustiante de Steven Price surge apenas nos momentos cruciais. A animação (o filme é quase todo feito em computação gráfica) é perfeita e realista e a tensão é absolutamente constante, já que não há quase momentos para tomarmos o fôlego. Cuarón está de parabéns! E por isso, vale a pena assistir em 3D, especialmente no Imax, onde tive ocasião de ir, pois ajuda a intensificar todas as sensações e a apreciar os detalhes mais importantes. “Gravidade” é uma bela experiência para se ver e sentir no cinema, mas vão preparados, pois tal como eu, irão sair da sala “ exaustos”…
Com uma estreia na casa dos 55,5 milhões de dólares (€41M) nos E.U.A., que constitui um novo recorde de receitas em termos de abertura no mês de Outubro, “Gravidade” é o novo líder do box-office mundial, conseguindo mais 27,4 milhões de dólares (€20,2M) em outros 27 mercados, totalizando, assim, quase 83 milhões de dólares (€61,2M) globalmente. Mas mais importante do que isso, são os números em 3D, nos E.U.A. Cerca de 80% das receitas do filme do primeiro fim-de-semana vieram de exibições em 3D, superando assim a percentagem de Avatar (71%), que é por muitos considerado o «pai do formato», pelo menos dos tempos actuais. Por cá, o filme de Alfonso Cuarón foi o mais visto pelos portugueses nos primeiros dias de estreia (de 10 a 13 de outubro), com um total de 30.082 espectadores e uma facturação acima dos 200 mil euros. Segundo o distribuidor nacional, a Columbia TriStar Warner Portugal, o peso do formato 3D representou 71% das receitas totais e foi a escolha de 63% dos espectadores. O formato IMAX, disponível em Portugal em apenas uma sala, no Shopping Colombo, representou 16% das receitas totais desse mesmo período. Sobre o filme, o conceituado realizador James Cameron, que já nos deu “Titanic” e “Avatar”, entre outros, teceu elogios rasgados à produção e defendeu que “Gravidade” é o melhor filme alguma vez feito sobre o espaço. “Eu fiquei atordoado, absolutamente chocado”, disse Cameron numa entrevista à Variety. “É a melhor fotografia espacial já feita, o melhor filme espacial alguma vez feito, e é o filme que eu estava ansioso por ver há muito, muito tempo.” Cameron disse ainda que não foi apenas a tecnologia de ponta que o impressionou, mas o desafio de filmar com um alto grau de veracidade para alcançar o visual realista da gravidade zero. Os aspectos emocionais do filme também foram elogiados. “Alfonso e Sandra trabalharam juntos para criar um retrato absolutamente impecável de uma mulher a lutar pela sua vida em gravidade zero”, afirmou. Posto tudo isto, não há mais nada a acrescentar: “Gravidade” é imperdível!!!

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