A Torre Eiffel, símbolo de Paris desde a inauguração da Exposição Universal de 1889, que assinalava os 100 anos da Revolução Francesa, completou 125 anos no passado dia 31 de Março. É o monumento pago mais visitado do mundo, com uma média de 7 milhões por ano. Já esteve para ser destruída por duas vezes. A primeira foi em 1909 e a segunda em 1944. Uma por razões pragmáticas, outra por questões bélicas. Mas saibamos mais sobre este extraordinário símbolo parisiense… A torre demorou dois anos, dois meses e cinco dias a ser construída. Levou 18,038 partes metálicas, 50 engenheiros e desenhadores trabalharam na construção que foi feita por 150 trabalhadores na fábrica Levallois-Perret, mais cerca de 300 no local para a montar. O número de parafusos é impressionante: dois milhões e meio. As suas 10.100 toneladas de ferro suportam, também, o peso das camadas de pintura anteriores, calculado em 250 toneladas. Concorreram para o projecto de construção de uma torre de metal no Champ-de-Mars, para celebrar os 100 anos da Revolução Francesa, 107 projectos. Foi o de Gustavo Eiffel a ganhar o concurso e para isso contou com dois engenheiros Maurice Koechlin e Émile Nougierand, e um arquitecto Stephen Sauvestre. A Torre fora desenhada desenhada pelos engenheiros e o arquiteto mencionadso, mas recebeu o seu nome de Gustave Eiffel, por este ser o diretor da Compagnie des Etablissements Eiffel – empresa onde todos trabalhavam. Depois do design e local terem sido aprovados, a construção começou em 1887. O plano inicial era uma torre com 125 metros de largura e 300 de altura. Mas Eiffel queria mais e afirmou: “com a nova configuração das estruturas de metal e dos pilares, vamos exceder os 300 metros”. Acabou por ficar com 324.
No primeiro ano, foram 393.414 os visitantes que subiram os seus 347 degraus. Inicialmente, o monumento foi alvo de grande polêmica durante seus mais de dois anos de construção, com furiosas críticas por parte de alguns intelectuais, que se referiram a ela como uma "desonra" para Paris. Contudo, o cepticismo deu, em pouco tempo, lugar ao entusiasmo, e o monumento contou, após sua inauguração, com a admiração e o carinho de todos os parisienses. A torre fora inaugurada a 31 de março de 1889 às 13h30, quando o arquiteto Gustave Eiffel chegou ao degrau número 1.710, que separa o nível térreo do terceiro andar, e içou a bandeira francesa. O arquitecto concebeu-a como uma atração provisória para a Exposição Universal, que se realizou naquele ano, e que deveria ser destruída 20 anos mais tarde. A sua majestosa altura, que lhe permite ser apreciada de qualquer ponto da cidade, transformou-a num símbolo que ajudou a fortalecer o prestígio internacional da cidade de Paris. Localizada aos pés do Rio Sena, a torre oferece uma vista excepcional e é desfrutada por uma média de 7 milhões de turistas por ano, o que a torna na quarta atração turística mais visitada da cidade, depois da Catedral de Notre-Dame, da Basílica de Sacré Coeur e do Museu do Louvre. Vinte anos após a sua inauguração, a torre estava prestes a ser destruída pois tratava-se da entrada da Exposição Mundial mencionada e, por isso, era uma estrutura temporária. Na altura, quem concorreu para construir a torre para a exposição tinha noção que um dos pré-requisitos era que a mesma deveria ser fácil de desmontar. Isso só não aconteceu porque a Câmara de Paris percebeu o seu valor, enquanto estação de transmissor telegráfico. Durante a Primeira Guerra Mundial, desempenhou um papel muito importante como transmissora de mensagens. Por exemplo, durante a Batalha de Marne, foi de lá que se enviaram os sinais para dirigir as tropas francesas da linha da frente. Foi também através da intercepção de mensagens por ela emitidas que se descobriu que a bailarina exótica, Mata Hari, afinal era uma espiã e agente dupla, pois tanto trabalhava para os franceses, como para os alemães. Depois, foi Hitler quem decidiu acabar com a estrutura metálica de Gustavo Eiffel, assim que os aliados se aproximaram de Paris, em Agosto de 1944. Durante a Segunda Guerra Mundial, a Torre Eiffel fora usada para comunicar com o Reino Unido, mas assim que a cidade foi ocupada pelos nazis, estes cortaram as ligações de elevador para que não conseguissem subir à Torre. A ordem do Führer para o General Dietrich von Choltitz, Governador da Paris ocupada, era clara: destruir a cidade. O seu ícone, a estrutura de 81 andares, era o primeiro alvo. Mas von Cholitz desobedeceu a Hitler e quando os aliados marcharam sobre a cidade, retiraram a bandeira com a suástica e substituíram-na pela francesa. Actualmente em recuperação, ela só recuperará o seu aspecto habitual no segundo semestre deste ano. A reforma, que começou em 2008 e que tem mantido fora-de-serviço dois dos seus três elevadores, é o motivo principal da empresa que explora e administra o monumento para justificar a ausência de celebrações em função da data original. A reabertura total da estrutura de 330 metros de altura terminará "em meados de Setembro ou Outubro", e será então que, conforme anunciou um porta-voz da empresa administradora, poderá haver os devidos festejos. Por trás desta remodelação, está a necessidade de "modernizar" o monumento, concretamente o seu primeiro andar, que, apesar de ser o maior dos três que possui, com 5 mil metros quadrados, é o que menos turistas atrai. Na procura de o tornar mais atrativo, grande parte de sua superfície, situada a 54 metros de altura, será transformada numa plataforma de vidro, que dará ao visitante a "sensação de estar a flutuar no ar". O arquiteto argelino Alain Moatti, pai desta ideia, previu, além disto, cercar o andar com painéis inclinados, também transparentes, para aumentar a sensação de se estar suspenso sobre a cidade. Com esta nova configuração, Moatti pretende mostrar de perto as estruturas da torre, até agora ocultas. Além da plataforma de vidro, estão a ser realizadas reformas nos diferentes restaurantes, lojas e salas de conferências que ocupam o espaço. A lista de filmes que já mostraram a Torre Eiffel é muito extensa… São às centenas, mas tudo terá começado com o filme “Funny Face” (“Ciderela em Paris”), em 1957, com Audrey Hepburn e Fred Astaire. A partir daí começou a ser tida como sinónimo de romantismo e passou a ocupar o imaginário de muitos casais apaixonados… Talvez por isso, a Torre Eiffel se tenha tornado no monumento pago mais visitado do planeta… Hoje, já não se consegue pensar na cidade de Paris, sem que a sua imagem nos venha à cabeça.

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