O artista plástico suiço H.R. Giger morreu no passado dia 12 de Maio, mas deixou uma vasta obra surrealista e um museu com nome próprio. Tinha 74 anos... Mas quem era H.R. Giger? E o que me levou a falar dele? Bom, étão somente o "pai" de Alien. E como fã que sou desta saga e da sua estética, resolvi debruçar-me sobre a pessoa por trás de tudo o que admiro. Hans Ruedi Gieger, seu nome completo, foi um grande mago das muitas criaturas fantásticas que temos visto no cinema. Foi ele que, com a ajuda de Carlo Rambaldi (o criador de E.T.), desenhou um dos maiores "monstros" da história do cinema: Alien, uma surreal criatura extra-terrestre que aterrorizou toda a tripulação de uma nave de exploração espacial. Refiro-me a "Alien, o Oitavo Passageiro", na tradução portuguesa, realizado por Ridley Scott, em 1979, o clássico de terror/ficção científica, que veio dar origem à saga protagonizada por Sigourney Weaver. No ano seguinte, em 1980, Gieger recebeu um Óscar da Academia, por causa dos efeitos especiais do filme. Ligado à corrente do surrealismo e da arte fantástica, H.R. Giger (como veio a ser conhecido no mundo da Arte) cedo se destacou pela sua técnica exímia na utilização do aerógrafo em detrimento do pincel, bem como pela sua temática, trabalhada nos limites de horror e do erotismo. Ao fazer uso exclusivo da aerografia - técnica muito utilizada pelos pintores hiper-realistas norte-americanos, Giger conduziu a arte do fantástico para um patamar técnico superior, criando cenários e ambientes "ultra-realistas" e pouco comuns, mas quase palpáveis. De entre as suas obras, destacam-se "masterpieces" como "Birthmachine", de 1967, e "The Spell I", de 1973, entre outras. Giger estudou arquitectura e design industrial em Zurique. O seu trabalho explora as relações entre o corpo humano e as máquinas, dando origem a assustadoras imagens que ele descrevia como "biomecânicas". Sempre inovador, viria posteriormente a desenvolver inúmeras obras em 3D e mesmo outros novos processos plásticos, como a utilização de fotocopiadoras como método de obter novos grafismos...
Em Hollywood, para além de "Alien", Giger também trabalhou no design de outros filmes, tais como "Poltergeist II", "Alien 3" e "Species" ("Espécie Mortal" em Portugal). Mas o seu trabalho também se estendeu à música, tendo Giger sido autor, como ilustrador, de capas de álbuns de artistas como Emerson, Lake & Palmer ("Brain salad surgery"), o solo de Debbie Harry dos Blondie ("Koo Koo") e Danzig ("How the Gods kill), entre outros. Na época, Giger deixou bem claro que só fazia capas de discos se gostasse mesmo das músicas... Giger chegou a pronunciar-se online sobre a estética do seu trabalho, marcado por mulheres e monstros, assumindo formas ao mesmo tempo assustadoras e sensuais: "Eu encontro inspiração em tudo, em todos os lugares. E, tal como muitos outros artistas, eu também gosto da beleza feminina. Também gosto muito de ler. A literatura e os grandes escritores sempre foram um prazer e uma inspiração". Em 1998, Giger abriu o seu próprio museu na pequena vila suíça de Gruyère. Quem o visitar, encontrará pinturas, esculturas e outras suas peças em exibição, para além da sua coleção privada de arte, que inclui trabalhos de Salvador Dalí. A sua morte foi consequência de ferimentos causados após uma queda das escadas de sua casa, em Zurique. Com a sua partida, este artista deixa um legado único, uma estética muito própria. É dos autores mais copiados e plagiados da Arte Contemporânea...

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