Foi lançado, no passado mês de Setembro, em Nova Iorque, a campanha da ONU Mulheres HeForShe – “ElePorEla”, na tradução à letra, um dos maiores movimentos de solidariedade do século XXI. Mas, por alguma razão, por cá pouco ou nada se tem feito… E como sou apologista de causas meritórias, aqui me têm a dar conta, pois ainda está a decorrer.

O Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, e a Embaixadora da Boa Vontade da ONU Mulheres, a actriz Emma Watson, abriram um evento repleto de personalidades com grande popularidade entre homens e crianças ao redor do mundo, para repercutir a igualdade de género e o poder das mulheres nos dias de hoje. “Ao longo dos anos, os homens têm apoiado o movimento das mulheres. Mas, para a maioria, era apenas isso: um movimento de mulheres quando, na realidade, a igualdade de géneros é da responsabilidade de todos”, disse o Secretário-Geral no seu discurso de abertura.
Mediada pelo apresentador da CNN, Wolf Blitzer, a campanha HeForShe tem como objetivo colocar homens no centro do activismo e do diálogo para acabar com as persistentes desigualdades enfrentadas pelas mulheres e meninas em todo o mundo. Ao longo de 12 meses (a contar de Setembro último) pretende mobilizar um bilhão de homens e rapazes como defensores e agentes de mudança para a igualdade de género.

“Os países têm a obrigação de combater qualquer violência contra a mulher. Mas também é preciso mudar atitudes”, afirmou Ban Ki-Moon, chamando à atenção de que uma em cada três mulheres é vítima de violência. “Os homens são responsáveis pela maioria das ameaças e violência contra as mulheres. Geralmente, estes homens até são bem próximos das suas vítimas: pais, maridos, namorados ou chefes”, concluiu. Ban também aproveitou para fazer um apelo: “Precisamos dizer aos homens e rapazes: Não levantem as vossas mãos pela violência, levantem, sim, as vossas vozes para pará-la e para promover os direitos humanos para todos”. Num ponto alto do lançamento, Ban ativou o mapa HeForShe, um gráfico em tempo real com um localizador GPS que acompanhará a participação dos homens com a iniciativa em todo o mundo, ao longo de doze meses. O chefe das Nações Unidas foi contado como o número um e Blitzer tornou-se “número dois”.

Já no seu discurso, a Diretora Executiva da ONU Mulheres, Phumzile Mlambo-Ngcuka, disse que a HeForShe é para todo o homem, rapaz ou indivíduo, onde quer que estejam. Apesar das estatísticas terríveis sobre a violência contra as mulheres e a desigualdade de género, “os homens e os rapazes podem mudar o curso da história”, defendeu. Estimulando políticos, artistas, actores e desportistas do sexo masculino para “acordarem”, para que, através deles, os jovens e adolescentes vejam modelos a seguir, dispostos a ajudar na mudança da sociedade. Phumzile disse que as pessoas de todas as esferas são convidadas a trabalhar no sentido de criar um mundo de justiça e igualdade de oportunidades, sem discriminação.

Por seu turno, Emma Watsom fez um inspirador apelo, onde falou sobre a importância do feminismo, alertando para os malefícios, inclusive aos homens, que a desigualdade dos géneros acarreta. Ao longo do seu discurso, enquanto embaixadora das Nações Unidas, a atriz britânica disse que o feminismo não é sinónimo de ódio aos homens, mas sim a crença de que ambos devem ter os mesmos direitos e oportunidades. “Estou a pedir para si, porque nós precisamos da sua ajuda. Queremos acabar com a desigualdade de género e precisamos de todos os envolvidos “, disse Emma, ressaltando que a campanha HeForShe é, mais do que falar, tratar de alcançar resultados tangíveis.

E eu, sugiro, vamos dar voz a esta campanha! Vamos partilhar no Facebook, no Instagram, e noutras redes sociais! Não deixem morrer esta iniciativa, pois ainda faltam alguns meses.

Mais info em http://www.heforshe.org/


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