O filme estreado esta semana, “San Andreas” traz-nos de volta o género filme-catástrofe (disaster movie). Assim que a famosa falha de San Andreas, na Califórnia, cede, provocando um terremoto da magnitude 9 na escala de Richter, Ray (Dwayne Johnson), um piloto de helicóptero de resgate e sua (prestes a ser) ex-mulher (Carla Gugino) vão percorrer todo aquele estado americano na esperança de resgatar a filha de ambos (Alexandra Daddario), que se encontrava em São Francisco, zona de emergência, onde o epicentro acontecia. Mas esta jornada torna-se muito traiçoeira, e logo no início, quando eles (e nós) pensavam que o pior já tinha passado… verificam que o terror estava apenas a começar.

Há já algum tempo que não surgia um filme deste género, com enredos apocalípticos e que geralmente envolvem famílias em crise, como aqui acontece, assim como efeitos especiais espetaculares. Os filmes-catástrofe já geraram bilhões de dólares em bilheteira, mas ultimamente andavam meio esquecidos pelos produtores. No final da década de 70, foram muitos os que iniciaram este género, como “Aeroporto”, com três sequelas, “Terremoto”, “Avalanche” e “A Torre do Inferno”. Depois, no final dos anos 90, o género ressurgiu em força, com filmes como “Volcano”, “O Cume de Dante”, “O Dia da Independência”, “Impacto Profundo”, “Armaggedon” e “Twister”. Com excepção de “O dia depois de amanhã” (2004) e de “O impossível (2012), que apareceram isoladamente, há realmente muito tempo que um filme empolgante e de destruição em massa não nos deslumbrava… “San Andreas”nasceu, assim, do desejo do produtor Beau Flynn, em trazer a tradição dos filmes-catástrofe para a era do 3D, graças à evolução dos efeitos por computação gráfica.

A realização de Brad Peyton é exímia quando se trata de destruir Los Angeles, São Francisco e grande parte do estado de Nevada. O arranha-céus em construção, que a personagem de Ioan Gruffudd (Daniel Reddick), mostra para a enteada, serve de cenário para um último trecho no filme. Nada existe por acaso, como num bom cinema clássico, mas muito se deve aos efeitos especiais. Foram mais de 1.300 os efeitos visuais utilizados para criar “San Andreas”...

Com paisagens de terra a ondularem, como se de água se tratassem, e prédios a caírem e a se desfazerem como baralhos de cartas, “San Andreas” vai oferecendo-nos óptimas e aterradoras cenas. Mas tem duas cenas que, por si só, já valem o bilhete. A primeira, logo que o filme começa, quando ainda nem sabemos do que está para vir, no seguimento de um acidente automóvel e consequente salvamento. A outra, quando, após a pequena mas óptima participação de Kylie Minogue, acontece uma movimentada e aparatosa sequência de tremor de terra.

Aos olhos do divertimento, o filme resulta excelente. Os movimentos sísmicos da falha de San Andreas (uma linha que marca o limite entre a Placa Tectónica do Pacífico e a Placa Norte-Americana) são transformados num frenesim de efeitos especiais, muito realistas, ligado por situações ficcionais vividas por actores carismáticos. A personagem de Paul Giamatti, que nunca chega a cruzar o caminho de Ray, vem legitimar a trama e garantir o bem comum: ele é o eterno cientista incompreendido, que acaba por explicar didaticamente a ciência do filme e salva o país com o seu conhecimento. E lembra-nos também que há pessoas, que vivem situações reais e emocionais, ou seja, embora se trate de um género fantástico e épico, também tem coração. Por isso, para além dos efeitos especiais, da acção lucinante, lembrem-se também das personagens. E divirtam-se!

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