Passado na década de 1960, no período inicial da Guerra Fria, o filme centra-se nos agentes insperados da U.N.C.L.E., o americano Napoleon Solo e o russo Illya Kuryakin. Esta dupla une-se na missão conjunta de fazer parar uma misteriosa organização criminosa internacional, que decide desestabilizar o frágil equilíbrio de poder através da proliferação de armas nucleares e da tecnologia (ainda algo escassa, na altura). A única pista que têm é a filha de um cientista alemão desaparecido. Ela é a chave para infiltrar-se na organização criminosa e eles terão de correr contra o tempo para encontrá-la e evitar uma catástrofe mundial.

Portanto, como podem constatar, os tempos de espionagem da Guerra Fria está de volta aos cinemas com esta adaptação de uma série de TV dos anos 60. Se hoje é difícil imaginar uma colaboração entre os serviços secretos dos dois países, imaginem como seria nos anos 60... Mas foi precisamente em 1964, durante o auge da Guerra Fria, que esta história foi para o ar no canal norte-americano NBC, numa série criada por Normal Felton e que foi interrompida ao fim de quatro anos e outras tantas temporadas. Agora, passado mais de meio século da exibição do último episódio, chega-nos esta adaptação ao grande ecrã pela mão de Guy Ritchie, o realizador britânico de filmes como “Snatch - Porcos e Diamantes” (2000) ou “Um Mal Nunca Vem Só” (1998).

Voltando ao filme, o espião da CIA, a cargo de Henry Cavill e o outro, da KGB, interpretado por Armie Hammer, têm mesmo de unir forças para impedir os criminosos da T.H.R.U.S.H. de destruirem o mundo com armas nucleares. Para além da participação dos actores de Super-Homem e de Lone Ranger nos papéis principais, o elenco conta ainda com a actriz do momento sueca Alicia Vikander, a nova “it girl” de Hollywood, a extraórdinária australiana Elizabeth Debicki, a fazer uma “deliciosa” vilã chique e requintada, e Hugh Grant.

Guy Ritchie consegue trazer-nos uma proposta vintage, enriquecida por carismáticas e divertidas personagens, com alguma acção à mistura, mas onde o humor prevalece. A banda sonora é necessária, para além do set e do exímio guarda-roupa, para nos transportar para aquela época, mas Daniel Pemberton tornou-a sublime e fê-la assentar na perfeição.

“O Agente da U.N.C.L.E”, repleto de surpresas, traições e twists entre tanta espionagem glamourosa, é um filme que dá prazer ver. E, ao que parece, esta produção da Warner pode vir a tornar-se num franchising...

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