Que inspirador, que boa surpresa... O filme britânico “Eddie, a Águia” conta-nos o fantástico e improvável percurso de Michael Edwards, o primeiro britânico a competir na categoria saltos de esqui nos Jogos Olímpicos.

Michael Edwards, nascido em Inglaterra, a 5 de Dezembro de 1963, provinha de uma família modesta. Mas desde muito novo, sempre acalentou o sonho de participar nos Jogos Olímpicos. E apesar de todas as contrariedades – desde um problema na visão que o obrigava a usar óculos muito graduados, ao facto de não ter ninguém que o apoiasse financeiramente - a paixão de Eddie (interpretado por Taron Egerton) fez com que, ao longo da sua vida, tentasse vários tipos de desporto. Até que, após uma tentativa falhada em se qualificar para a equipa de esqui dos XV Jogos Olímpicos de Inverno, percebeu que a Grã-Bretanha não possuía uma equipa na categoria de salto sobre esqui… Na sua ânsia de ser alguém no evento máximo do desporto, eis que descobre a sua grande oportunidade de brilhar. Sozinho, impossível. Mas para o ajudar, acaba por ter ao seu lado Bronson Peary (Hugh Jackman), um ex-campeão que fez furor durante a década de 1960 mas que fora expulso devido a vários problemas de disciplina. Juntos, eles vão perceber que, para os que possuem um verdadeiro espírito desportista, nada é impossível…

Contra tudo e todos, enfrentando diversas limitações, não só por ser iniciante na prática, mas também os olhares dos colegas de competição e a má vontade e descrença do comitê olímpico inglês, Eddie “The Eagle” consegue qualificar-se para ir participar nos Jogos Olímpicos de Calgary, no Canadá, em 1988, e acaba por nos passar um dos exemplos que faz jus a uma das mensagens mais honestas do espírito olímpico defendido pelo Barão de Coubertin, fundador dos Jogos da era moderna – “"O importante não é vencer, mas competir. E com dignidade".

Ainda que os factos reais sejam suficientemente surpreendentes, o filme toma algumas liberdades para dar mais cor à vida do inexperiente atleta. Este semiamador que acabou por atrair grande parte dos holofotes dessa edição dos jogos Olímpicos de Inverno. Eddie, a águia, acabou por conseguir o que queria: competiu e não caiu.
A reconstrução da época está fabulosa. Nos fatos desportivos, nos óculos, penteados, tudo merece elogios. E a banda sonora ajuda e remete-nos para os finais dos anos 1980,incluindo teclados e sintetizadores, uma herança do início da década, mas que ainda estavam em voga quando Eddie conquistou o mundo do Desporto. Desde Vangelis a canções de Van Halen a Hall &Oates.

Quanto ao Eddie, ainda vivo, o mesmo disse: “tinha receio que fizessem de mim uma espécie de super-herói ou ainda pior, uma espécie de palhaço. Mas quando vi o filme pela primeira vez fiquei impressionado. Fizeram um trabalho incrível. Conservaram o espírito da história. A forma como a minha vida é retratada é mais verdadeira do que eu podia imaginar no início”.

E é com a força de vontade deste “nosso” herói e o choque de personalidade com o seu treinador que “Eddie, a Águia” nos conquista. A história de superação é cativante e inspiradora. Não percam!

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