"The Conjuring 2: A Evocação" é o segundo filme do género realizado por James Wan. Patrick Wilson e Vera Farmiga repetem os seus papéis de Ed e Lorraine Warren, os investigadores do paranormal. Após o famoso caso Amityville, os Warren, famoso casal de demonologistas, viajam para o Reino Unido no sentido de ajudar a família Hodgson, que está a enfrentar uma actividade poltergeist na sua casa, em Enfield Council, em 1977. Os eventos, aterrorizantes, englobam mobílias a mover-se sozinhas, possessão, vozes demoníacas, levitação e sons do além.

Quando chegou aos cinemas em 2013, "The Conjuring" poderia parecer apenas mais um filme de terror. Mas não! As excelentes actuações, uma realização competente e a tensão necessária acabaram por fazer do filme algo diferente entre as produções do género mais recentes. O resultado foi um sucesso comercial que não só garantiu a sua continuação, como também um spin-off: “Annabelle” (2014).

E agora eis a sequela. Normalmente, os segundos episódios deixam sempre algo a desejar, mas com "The Conjuring 2", mesmo que não esteja ao nível do original, é muito competente naquilo a que se propõe: causar medo e assustar. Grande parte dos filmes de terror “irritam” por colocar constantemente personagens a tomarem atitudes ridículas, como, por exemplo, comprar uma boneca assustadora para uma filha recém-nascida. Mas o par de filmes "The Conjuring" surpreende e destaca-se por contar histórias de suspense e terror que não dependem da vontade dos seus protagonistas. Vão muito mais longe… E, por isso, causam muito mais medo.

Voltando ao enredo, o casal Lorraine e Ed Warren, abalado pelo marcante caso de Amityville no final dos anos 70, está disposto a não aceitar mais casos sobrenaturais. Contudo, são contactados pela Igreja para averiguarem uma estranha ocorrência em Inglaterra, envolvendo uma menina de 11 anos e a sua família. Reticentes, eles acabam por aceitar a missão e partem para a Europa… Até aqui, a história enveredava em duas frentes, mostrando situações que envolviam o casal nos E.U.A. e a família em Inglaterra, até que as duas partes se juntam.

O realizador James Wan, o mesmo de "Insidious" e "Saw", remexeu nos arquivos do verdadeiro casal Warren para nos contar uma história de terror cuja acção decorre sete anos após os eventos de "The Conjuring”. Wan demonstra, mais uma vez, a sua competência na construção de tensão e na condução da sua câmara. Sempre em movimento, a câmara passa ao espectador a sensação de que algo está prestes a acontecer. E, muitas das vezes, está mesmo! As sequências de suspense são longas, tensas e surpreendem, seja pelo instante do susto, seja pela própria concepção. Wan acaba por criar um ambiente no qual sonho e realidade se confundem para que, no final de cada sequência, consiga alcançar o máximo de um realismo de terror.

É um filme de terror de autor, sem dúvida. E se bem que a dupla principal vai bem, é de destacar o elenco infantil. São quatro juvenis em cena que resultam muito bem, especialmente Janet (Madison Wolfe), a vítima das possessões. Sem descurar a mãe Peggy (Frances O’Connor), que consegue transmitir muita angustia. Acabamos por nos envolver com as personagens e a nos preocupar com o que lhes vai acontecer… "The Conjuring 2" é recorrente nos ambientes sombrios, nas sombras e vultos, e conta com espíritos malignos realmente assustadores, como a “Freira demoníaca” dos trailers ou o “Homem Torto”. E mais não digo.

Portanto, esta continuação pode não ter o frescor da novidade do primeiro, mas isso não tira o brilho deste "The Conjuring2", que atinge a mesma qualidade do seu predecessor e vai mais além. E se nos ficarmos pela questão que muitos se fazem de se mete medo, posso garantir-vos que sim. E muito!

“The Conjuring 2: A Evocação” bateu o recorde de melhor estreia de sempre de um filme de terror em Portugal. E Wan já fala em “The Conjuring 3”… Vamos ver. Se gostam do género, não percam!

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