O sexto filme da série Missão: Impossível, “Fallout”, estreou-se há mais de uma semana no nosso país, depois de ter recebido elogios internacionais empolgados com um outro regresso – o de Tom Cruise na pele de Ethan Hunt. No mesmo ano de “Pantera Negra” ou de “Vingadores: Guerra do Infinito”, “Fallout” já foi considerado o melhor blockbuster de 2018 e o melhor filme de acção, além de Missão: Impossível representar o melhor franchise de cinema da actualidade.

“Tom Cruise e Christopher McQuarrie conseguem um dos melhores filmes de acção alguma vez feitos”, afirma a crítica do IndieWire. “Missão: Impossível — Fallout é o melhor filme de acção do ano”, garante a Vanity Fair. “Como é que Missão: Impossível se tornou no franchise mais fiável de Hollywood?”, defende o Guardian. “Missão: Impossível — Fallout é o filme perfeito para o nosso verão de irrealidade”, recomenda o Vulture. Ou seja, a expectativa era grande antes mesmo de cá chegar…

Obrigado a unir forças com o agente especial da CIA August Walker (Henry Cavill) para mais uma missão verdadeiramente impossível, Ethan Hunt (Tom Cruise) vê-se novamente cara a cara com Solomon Lane (Sean Harris) e preso numa teia que envolve velhos conhecidos seus, movidos por interesses misteriosos e contactos de moral duvidosa. Atormentado por decisões do passado que retornam para assombrá-lo, Hunt precisa “resolver” os seus sentimentos e impedir que uma catastrófica explosão ocorra. Felizmente, conta com a ajuda dos amigos de IMF. Este “Missão Impossível –Fallout” está fortemente ligado ao quinto filme, onde Ethan precisa, mais uma vez, de lidar com Solomon Lane (Sean Harris) e de arcar com as consequências de decisões tomadas por excesso da sua boa índole – por exemplo, não ter morto o vilão quando teve oportunidade –, ao mesmo tempo em que vive atormentado por lembranças dolorosas da sua mulher, Julia (Michelle Monaghan), que o público não via desde “Operação Fantasma”. Por sua vez, é preciso lembrar que Henry Cavill mostra aqui uma nova faceta, bastante diferente das que estamos habituados a ver com a sua personagem de Super-Homem.



Depois da estreia com Brian de Palma em 1996, Missão: Impossível, tornou-se, em duas décadas, sinónimo de Tom Cruise, que fez do título, e inclusive de si próprio, uma marca. A fórmula é bem conhecida desde a série da TV – “Your mission, should you choose to accept it…" e "This message will self-destruct in five seconds…" –, muito ao jeito dos filmes de James Bond. Bem, a sua filiação não é apenas com 007, mas também com Jason Bourne. E a vizinhança com “Fallout” é composta por um filme da Marvel e pelo regresso da saga Star Wars. Mas mesmo na presença de toda esta companhia na arena de Hollywood, não há quem não defenda que se trata do melhor blockbuster e do melhor franchising da atualidade. E as razões estão à vista: é simples e divertido, é muito realista e tem Tom Cruise. E isso é uma mais-valia quando já não há muitas estrelas de acção puras na 7º arte.



“Missão: Impossível — Fallout” é já a segunda melhor estreia da carreira de Cruise nas bilheteiras dos EUA. E é também a sua melhor estreia crítica. Tem apreciação quase máxima entre os críticos profissionais, gozando de um consenso raro. O realizador, Christopher McQuarrie, que recebeu um Óscar pelo argumento de “Os Suspeitos do Costume”, é o único realizador a assinar mais do que um filme do franchise, sendo este o seu terceiro Missão: Impossível (os seus ilustres antecessores foram De Palma, John Woo, J.J. Abrams e Brad Bird – porém, McQuarrie tinha colaborado no guião do filme de Bird, “Missão: Impossível - Operação Fantasma”). Certamente por isso, McQuarrie também tem a sua quota-parte no grande sucesso de “Missão: Impossível — Fallout”.



Mas o incansável Tom Cruise a realizar as mais improváveis e arriscadas façanhas na pele do agente Hunt, a dispensar duplos, tornou-se um diferencial e um arma de marketing do franchise Missão Impossível – nascido nos cinemas quando Bond, James Bond já ia na sua 17ª longa-metragem –, cujas sequências se foram tornando cada vez mais complexas e ousadas, assumindo o desafio de superar cada filme anterior, bem como os limites da estrela protagonista, que aos 56 anos, brilha como nunca e desafia o próprio Ethan Hunt em acrobacias realmente incríveis. É este o seu segredo de longevidade e de grande aceitação.

Christopher McQuarrie fez o maior Missão: Impossível, valorizando a adrenalina acima de tudo. Também fez o mais caro e mais longo filme do franchise até hoje. E ainda, o mais complicado em termos de enredo, pois a maior qualidade deste “Fallout” é sua capacidade de se desafiar e atingir expectativas, sem nos fazer cair em previsões. Nunca contamos com o que vai acontecer a seguir. E o filme nunca pára para nos deixar ganhar fôlego: é acção do princípio ao fim, com cenas num crescendo em termos de espectacularidade, que nos deixam mesmo agarrados à cadeira. Sim, também confirmo: “Missão: Impossível — Fallout” é um dos melhores filmes de acção dos últimos tempos. Imperdível!


Etiquetas:

Comente este artigo