Eis um interessante filme, do qual nada esperava. Um autêntico “murro no estômago”, no sentido de ter imagens duras e violentas a contrastarem com uma grande sensibilidade, cujo sentido vamos descobrindo ao longo do filme. “O ar que respiramos” encaixa bem no género “mosaico”, na linha de grandes filmes como "Colisão", “Memento”, "Babel" ou "Magnólia", em que várias histórias ocorrem em simultâneo para se conjugarem no final, onde algumas personagens passam de uma para outra cena, que vão dando a linearidade que precisamos, para darmos sentido à história que nos vai sendo apresentada em sucessivos fragmentos narrativos.

Esta é a primeira longa-metragem do realizador Jieho Lee que, na sua estreia, apresenta-nos um filme sólido, com uma narrativa bem estruturada, embora nos leve a vários pontos da história, consoante a personagem onde se focaliza. É, por isso, uma boa surpresa e um dos filmes mais estimulantes dos últimos tempos, por ser muito bem conseguido, dentro do género.

A acção recai sobre as incríveis coincidências que podem ocorrer na vida quotidiana de meia dúzia de personagens, desenrolando-se em quatro quadros temáticos – Felicidade, Prazer, Pena e Amor. Com uma curiosa banda sonora e planos interessantes, esta película é detentora de um surpreendente elenco: o excelente Kevin Bacon, a francesa Julie Delpy, o actor que normalmente não vemos em filmes dramáticos, Brendan Fraser e o consagrado Andy Garcia. Temos ainda uma surpreendente Sarah Michelle Gellar e o fantástico Forest Whitaker, entre outros.

Nada mais vou dizer, para não dissipar a curiosidade ou estragar a surpresa de alguns twists que vão ocorrendo, mas adianto-vos que este “The air I breathe” está bom e é um filme a ver.

Etiquetas:

Comente este artigo