E mais uma vez, como amante de banda desenhada que sou, lá rumei ao festival de BD da Amadora. O tema escolhido para esta 24ª edição foi “Cenários”, focando-se na importância dos cenários nas histórias de banda desenhada. Tendo como núcleo central o Fórum Luís de Camões, na Brandoa, o Festival Internacional de Banda Desenhada da Amadora também se espalhou por outros locais. Diversas exposições por toda a cidade, presença de autores nacionais e estrangeiros, exibição de filmes de animação, sessões de autógrafos, debates e colóquios, e uma interessante feira do livro, cheia de novidades editoriais, são alguns dos muitos ingredientes que fazem deste Festival um evento incontornável para quem aprecia a Nona Arte no nosso país. A exposição central do Amadora BD deste ano é inteiramente dedicada ao autor português Ricardo Cabral, já premiado anteriormente neste festival, e que vê agora a sua obra em retrospetiva. Ilustrador e autor de banda desenhada, com 34 anos, Ricardo é autor de álbuns como "Evereste", "Pontas Soltas - Cidades", "Newborn - 10 dias no Kosovo" e "Israel - Sketchbook", cujo processo de trabalho está agora revelado para nossos deleite, entre cadernos de desenhos, fotografias e arte final.
Devido ao seu traço meticuloso e pormenorizado, numa técnica que “casa” desenho, fotografia e digital, este autor é conhecido pelas suas transposições realistas de paisagens urbanas, entre grandes panorâmicas e singulares situações do quotidiano. A imagem do festival é sua, conjugando elementos do universo do irreal e da ficção, entre muita cor. Mas há mais: o Fórum acolhe também as comemorações dos 75 anos do "Super-Homem" (magnifico); uma exposição pormenorizada sobre o livro “Dog Mendonça e Pizzaboy”, idealizada por Filipe Melo, Juan Cavia e Santiago Villa.; uma interessante retrospectiva de "Spirou"; a explicação da linguagem da BD a partir da obra de Fernando Relvas, entre outros…
Vale sempre a pena vir, uma vez por ano, ao Amadora BD. Pelas novidades, pelas interessantes exposições e retrospectivas, mas sobretudo, e como comentava com um amigo, por ser dos espaços expositivos mais criativos e de bom gosto que encontro ao longo de um ano. Porque com algum cuidado nos materiais e a imaginação a funcionar nos detalhes, acabam por criar atmosferas muito interessantes, onde entre pranchas de banda desenhada, podemos absorver toda uma experiência… Por isso, se gostam do género, não faltem! Até ao próximo Domingo, 10 de Novembro, o Fórum Luís de Camões é o ponto de encontro do que de melhor se faz em banda desenhada.

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