Há filmes de super-heróis… e há este! Foi assim que me senti quando deixei a ante-estreia deste “Batman vs Super-Homem: O Despertar da Justiça” em Imax 3D. Excelentes actores nos papéis principais, uns actores secundários de primeira e uma realização surpreendente.

A história é totalmente original e não feita a partir de um álbum de Banda Desenhada, universo de onde as personagens são oriundas. Contudo, totalmente baseada nela, nomeadamente quando vemos o “monstro” devastador Doomsday. Com o título original de "Batman v Superman: Dawn of Justice", Zack Snyder regressa ao filmes baseados em personagens da DC Comics (grande rival da Marvel). Antes, com “Homem de Aço” (Man of Steel), um óptimo reboot do Super-Homem no grande ecrã, Snyder acabou por ficar para o Super-Homem, como Christopher Nolan resultou para Batman.

Tomando como ponto de partida o primeiro filme de Snyder, temos o caso do confronto entre Super-Homem (Henry Cavill) e Zod (Michael Shannon) em Metrópolis ter feito com que a população mundial se dividisse acerca da existência de extra-terrestres na Terra. Enquanto muitos consideram o Super-Homem como um novo Deus, há aqueles que consideram extremamente perigoso haver um ser tão poderoso sem qualquer tipo de controlo. Bruce Wayne (Ben Affleck) é um dos que mais acredita nesta segunda hipótese. Obcecado, ele investiga Lex Luthor (Jesse Eisenberg), após este ter descoberto uma pedra verde que consegue eliminar e enfraquecer os nascidos no planeta Krypton.

O que mais nos fascina neste filme é ver dois dos maiores super-heróis da DC Comics reunidos, pela primeira vez, no cinema. Já sem contar com a Mulher-Maravilha… O Super-Homem de Henry Cavill é fiel à aura de símbolo da bondade, que precisa lidar com o mal sempre a tentar corrompê-lo, já o Batman de Ben Affleck lembra-nos a histórica saga da BD, "O Cavaleiro das Trevas". Obcecado e mais violento, ele é a representação da alma corrompida pelas agruras do constante combate ao crime. E é no confronto entre estas duas personagens que reside o fascínio, a curiosidade e a excitação deste filme.

Observar a eminente luta entre os super-heróis tem algo de idílico, no contraste entre homens e semi-deuses, mortais e imortais, que vai sendo trabalhada ao longo do filme, tal como aquele momento num ringue de boxe, o impasse antes de tocar o sino do “round”. E, acreditem, mais não posso dizer. Mas o que certamente mais me motivou a ir ver o filme foi a curiosidade de ver um super ser, imbatível (Super-Homem), lutar com o único super-herói que não tem super poder nenhum, valendo-se apenas da sua mente e do muito dinheiro que possui (Batman). Ou seja, músculo contra intelecto…

Quanto às personagens, confesso que fiquei reticente quando Ben Affleck foi anunciado como o próximo Bruce Wayne, pois era difícil, para ele e para qualquer actor, suplantar o excelente desempenho de Christian Bale enquanto Batman. Contudo, tenho de admitir que Ben Affleck conseguiu ser convincente e trazer-nos um outro Batman, o tal a que já me referi, de “O Cavaleiro das Trevas” em BD. Por seu turno, Jesse Eisenberg trouxe-nos um “delicioso” Lex Luthor, rompendo com o outro que sempre povoou o nosso imaginário. Este Lex é louca e divertidamente maquiavélico, quase a lembrar um “Joker”. Adorei a sua interpretação! E Jeremy Irons foi uma surpresa, a trazer-nos um excelente Alfred e adaptando-se, na perfeição, a este novo Batman. Temos ainda Gal Gadot (como Diana Prince/Wonder Woman) e um “sneak peak” de Jason Momoa (como Aquaman), que nos prometem um novo filme…

Concluindo, “Batman vs. Super-Homem: O Despertar da Justiça” é um filme bem negro e intenso. Super-Homem e Batman estão sublimes e são o garante de duas horas e meia (sim, é longo) bem passadas. Se puderem, tentem ir, como eu, ao IMAX. E bom filme!

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