Peggy cresceu na Califórnia, mas nunca foi a típica rapariga de praia saudável e bronzeada. "Eu até costumava aterrorizar os homens", disse uma vez. Porém, os homens mais inclinados artisticamente foram atraídos por Moffitt como uma traça pela luz. Numa época em que a lindíssima Jean Shrimpton fazia furor, Peggy, tal como Twiggy, conseguiu impor-se na industria da moda pela sua diferença e autenticidade. E tornou-se num cisne…

Nascida em Los Angeles a 14 de maio de 1940, Margaret Anne Peggy Moffitt fez diversos filmes entre as décadas de 1950 e 1960, mas sempre em pequenas aparições e participações, contudo, foi como modelo que se destacou nos idos anos 60. Começou por ser musa absoluta do estilista Rudi Gernreich, cujas roupas usadas por Peggy e fotografadas por Bill Claxton transformaram-se no ícone dos Swinging Sixties, mas 1964, tornou-se manchete internacional ao apresentar o monoquíni, num estilo de vestir, principalmente como traje de praia, que mais tarde veio a conhecido como topless.

Ainda durante a década de 1960, ela desenvolveu um estilo próprio, que foi a sua imagem de marca, incluindo pestanas postiças e maquilhagem pesada, baseada na caracterização do teatro Kabuki japonês. O seu penteado, um corte à tigela assimétrico, criado por Vidal Sassoon, tornou-se igualmente famoso e ficou conhecido como o "ponto cinco" ou “cinco pontas”. Mas foi o seu olhar único e a teatralidade das poses que a tornou num ícone da cena da moda dos sixties.

Foi todo um novo conceito estético que ela lançou. Peggy Moffitt foi a modelo que mudou o estilo de fotografia nessa década. Mas o tal episódio que a catapultou, foi de facto um marco. No dia 4 de junho de 1964 ela causou burburinho nos media por ter sido fotografada semi-nua num monoquíni criado por Rudi Gernreich. A imagem de Moffitt foi feita por William Claxton, que era marido de Peggy e colaborador assíduo da dupla. Não era mais do que um mailhot de malha cortado abaixo do busto, que acabou por ser um marco na Revolução Sexual dos Anos 60, causando muitas polémicas, entre elas, pedidos de casamento e ameaças de morte. O monoquíni envolveu inclusive a justiça americana, que foi obrigada a rever as suas leis sobre o nudismo. A própria Peggy desabafa: “Essa fotografia levou um sexto de segundo a ser feita e eu tive que passar a minha vida inteira a falar sobre isso!”

Juntamente com o designer Rudi Gernreich e o seu marido, o fotógrafo William Claxton, Moffitt fazia parte de um trio inseparável. O grande cabeleireiro, Vidal Sassoon, disse dela: "Balançava os cabelos e dançava. Ninguém se movia como Peggy". Os caminhos selvagens de Moffitt foram captados em vários filmes, incluindo “Blow-Up” de Michelangelo Antonioni, “Qui Êtes-Vous, Polly Maggoo?” de William Klein e “Basic Black” de Claxton, considerado como o primeiro vídeo de moda.

O seu talento associado ao seu visual único mudou a cena da moda na década de 1960. Hoje, Peggy Moffitt, a musa do monoquíni, tem já 77 anos e não se desfez ainda da sua imagem. A modelo que nunca foi bonita mantém o cabelo assimétrico e as roupas psicadélicas e, de certa forma, o seu look permanece como foi desde o início. Única!














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