Quando fui à ante-estreia deste filme, a convite, não tive tempo de procurar nada sobre ele, logo, não sabia ao que ia. E eis que me deparo com uma história marcante e encantadora…
Baseado no bestseller homónimo do New York Times, de R. J. Palacio, “Wonder – Encantador” conta a inspiradora e emocionante história de August Pullman, um rapaz que nasceu com uma deformidade facial e, por esse motivo, sempre foi muito protegido e isolado da escola e das crianças da sua idade. Porém, é chegado o dia em que Auggie se torna o mais improvável dos heróis ao entrar pela primeira vez, no 5º ano de escolaridade, numa escola pública… e, claro, sente-se completamente apavorado! Tal como a sua família, os seus novos colegas de turma e toda a comunidade enfrentam a capacidade do poder da compaixão, da aceitação e da não-discriminação. O maior sonho de Auggie é que o aceitem. Numa extraordinária jornada, Auggie vai tentar conseguir com que todos se unam pela mesma causa e provar que todas as crianças são únicas, especiais e nasceram com um dom encantador de se destacar, de amar e serem amadas. Um filme com uma história enternecedora para toda a família que vai abrir os nossos olhos e corações e, certamente, fazer de nós pessoas mais encantadoras!
Realizado por Stephen Chbosky, com Julia Roberts e Owen Wilson nos principais papéis e um fantástico Jacob Tremblay, “Wonder – Encantador” traz-nos uma incrível história que encerra uma mensagem de esperança sobre a aceitação da diferença. Diria que, sem ser natalício, é perfeita para esta Quadra. Auggie nasceu com uma malformação facial e até aos 10 anos, a família defendia-o muito, isolando-o da vida normal como forma de o proteger. Mas quando ele vai finalmente para a escola, o que mais temiam acaba por acontecer: passa a ser alvo de bullying por parte de alguns colegas…
“Quando eu estava na barriga da minha mãe, ninguém fazia ideia de que eu iria nascer com esta cara”, conta o protagonista de “Wonder – Encantador” logo na abertura. O “esta cara” era o rosto de um menino nascido com a síndrome de Treacher-Collins, uma má formação cranio-facial congénita, que fez com que fosse operado 27 vezes e, após anos a ser educado em casa pela mãe e apenas saindo à rua "escondido" por um capacete de astronauta, narra a sua primeira experiência num liceu, com outros meninos da sua idade.
Apoiado por formidáveis actuações, com uma sempre fantástica Julia Roberts e um magnífico elenco infantil encabeçado por Jacob Tremblay, o realizador consegue um bom equilíbrio, não pendendo demasiado para o drama, nem se excedendo na comédia. Porém, acreditem, resulte impossível não soltar algumas lágrimas… Mesmo os seus laivos de fantasia – com um menino que se refugia numa realidade paralela, a de Star Wars, para fazer frente às batalhas diárias que o esperam – e o seu sentido de humor sempre contrabalançam o filme, que no conjunto apresenta-se-nos elegante e respeitoso. Q.b. Tal como o diálogo entre o Auggie e um amigo, que bem pode dar a tónica deste admirável filme: “– E tu, não poderias fazer uma cirurgia estética?”, ao que Auggie responde: “– Olha, esta cara que eu tenho é graças à cirurgia estética.”
Por isso, digo que é um filme ideal para toda a família. A força interior de Auggie e a capacidade de mostrar a sua verdadeira essência acabam por fazer com que todos entendam que ele é apenas mais uma criança comum, e que a beleza não está na aparência. Uma grande lição para todos nós.
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Não vi e fiquei com vontade de ver.