Em Wakanda, a Rainha Ramonda (Angela Bassett), Shuri (Letitia Wright), M'Baku (Winston Duke), Okoye (Danai Gurira) e as guerreiras Dora Milaje lutam para proteger a sua nação da ameaça de potências mundiais, na sequência da morte do rei T'Challa. Enquanto os Wakandianos se esforçam para abraçar o próximo capítulo da sua história, os heróis unem-se com a ajuda de War Dog Nakia (Lupita Nyong’o) e Everett Ross (Martin Freeman) para descobrirem um novo caminho para o reino de Wakanda.

Neste novo filme de Ryan Coogler, todos os fatores indicavam que “Black Panther: Wakanda para Sempre” seria um título forte para o Marvel Studios, sobretudo tendo em conta que o filme actua como um tributo para o falecido actor Chadwick Boseman. E assim se tornou. O fim de semana de abertura desta sequela de “Black Panther” foi tão forte quanto o metal Vibranium, registando 330 milhões de dólares na bilheteira mundial e 180 milhões de dólares em solo norte-americano.

“Black Panther: Wakanda para Sempre” conseguiu, assim, derrotar a estreia de “Thor: Love and Thunder”, a qual obteve 143 milhões de dólares na bilheteira norte-americana, mas não consegue ultrapassar a estreia de “Doctor Stange in the Multiverse of Madness”, a qual verificou 187.3 milhões de dólares. Para referência, “No Way Home”, episódio de Spider Man, atingiu 260 milhões de dólares.


Voltando ao enredo, em vez de se concentrar em apenas num protagonista como o seu antecessor, “Black Panther: Wakanda para Sempre” centra-se num elenco mais diversificado, dependendo de várias personagens para proteger o histórico reino no momento mais vulnerável de todos. Para além das ambiciosas nações mundiais, sequiosas pelo Vibranium, o metal mais forte do mundo, os Wakandianos, ainda de luto pela morte de T’Challa, Ramonda, também têm de enfrentar uma nova ameaça representada por Namor (Tenoch Huerta), o líder do território subaquático de Talokan, que deseja acabar com toda a humanidade acima da superfície terrestre e que espera que Wakanda o ajude na contenda— sob ameaça de se tornarem os inimigos mais letais que os Wakandianos já enfrentaram.

Quando Chadwick Boseman faleceu em agosto de 2020, o actor deixou um vazio no coração dos seus familiares e fãs, bem como um espaço difícil de ser preenchido no tão elogiado “Black Panther”. Esta sequência do primeiro filme, também realizado por Ryan Coogler, reinventa-se para ter sucesso, apesar da ausência do carismático Boseman, e o resultado impressiona. O segundo filme de Pantera Negra é mais do que um filme que compõe o Universo Cinematográfico da Marvel e, enquanto abre novos rumos para as personagens que já conhecemos, também se configura como uma grande homenagem, de duas horas e 41 minutos de duração, sem afectar o andamento da história. Além do mistério que desponta sobre quem seria o novo protetor de Wakanda, o tributo ao actor era um dos momentos pelo que os fãs mais ansiavam — Ryan Coogler, juntamente com o seu brilhante elenco, conseguiu demonstrar, com emoção, o respeito que Chadwick Boseman e o seu Rei T’Challa mereciam.

Apesar da ausência, a personagem do saudoso actor assume importância na história sem que seja apenas em reflexões fúnebres. Embora não tenhamos T’Challa em vida, presenciamos o seu impacto nas decisões determinantes em Wakanda, na maneira em que os inimigos descortinam o poderoso reino e, principalmente, nos sentimentos que movem as pessoas que mais o amavam.

Esta sequência de Pantera Negra conseguiu reconstruir novos enredos para o filme sem minimizar a importância de nenhuma das personagens, apresentando o espantoso crescimento de Shuri como protagonista. Antes conhecida como a genial irmã do Rei T’Challa, Shuri agora é muito mais do que isso. Em “Wakanda para Sempre”, a personagem é colocada numa curva de desenvolvimento que a impede de voltar ao que fora. Shuri enfrenta o luto da maneira que consegue, imergida no seu laboratório. Porém, quando surge um potencial perigo para Wakanda, não hesita. O ímpeto de impedir uma grande guerra obriga-a a sair da posição de vulnerabilidade. Durante todo o filme, notamos que o luto permanece, lembrando-a constantemente de tudo o que perdeu, contudo, Shuri sabe que precisa reagir.

Namor é outro grande destaque de “Wakanda para Sempre”. A personagem transita entre a maldade e as boas intenções. O líder de Talokan é um novo nome na saga da Marvel nos cinemas e consegue ganhar a nossa empatia mesmo quando está a ameaçar personagens que conhecemos há algum tempo.

Posto isto, “Wakanda para Sempre” representa caminhos interessantes para a Marvel e abre a possibilidade para histórias da BD que não imaginaríamos ver tão cedo nos cinemas. A longa-metragem consegue estar ao nível de “Black Panther” em 2018. É um filme que incita fortes emoções por acontecimentos dentro e fora do ecrã, causando algumas lágrimas, muitas surpresas e sorrisos em momentos inusitados. A não perder!

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