“Oppenheimer” foi consagrado o grande vencedor da 96ª edição dos Oscars na noite de domingo, de 10 de março, numa cerimónia apresentada por Jimmy Kimmel que se realizou no Dolby Theatre, em Los Angeles, EUA.

O filme sobre o “pai” da bomba atómica arrecadou sete estatuetas, fazendo com que se tornasse o maior triunfante da entrega de prémios da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas dos EUA deste ano. Além de conquistar o prémio de Melhor Filme, esta produção destacou-se pela realização de Christopher Nolan e pelos desempenhos dos actores Cillian Murphy e Robert Downey Jr., que receberam os troféus de Melhor Actor e Melhor Ator Secundário, respetivamente.


Numa cerimónia com poucas surpresas, na qual a maior parte das apostas da crítica e do público se vieram a concretizar, “Pobres Criaturas” também conquistou vários prémios. Uma das quatro estatuetas que o filme do realizador grego Yorgos Lanthimos arrecadou foi a de Emma Stone, que venceu o Oscar de Melhor Actriz por interpretar Bella Baxter. O Oscar de Da'Vine Joy Randolph como Melhor Actriz Secundária foi o único do filme “Os Excluídos”. Os argumentos de “Anatomia de uma Queda” e “A Zona de Interesse” foram premiados nas categorias de Original e Adaptado, respetivamente, e Billie Eislish recebeu o prémio de Melhor Canção por “What Was I Made For?”, o único Oscar atribuído ao grande sucesso de bilheteira do ano, “Barbie”. De facto, esta foi mesmo a única estatueta que o filme de Greta Gerwig, que gerou polémica por não ser indicado às principais categorias da cerimónia de prémios, recebeu. Também Martin Scorsese, cujo filme “Assassinos da Lua das Flores” havia recebido 10 nomeações e estava cotado como um dos favoritos, saiu de mãos a abanar...


Um dos momentos mais caricatos da noite foi quando John Cena reviveu um momento histórico do Oscar. Ao ser escolhido para apresentar a categoria de “Melhor Guarda-Roupa”, o actor acabou por optar por uma aparência inusitada, em referência a um acontecimento icónico de 1974. Surgindo seminu, “vestindo” apenas o envelope do Oscar na região íntima, John Cena fez menção à edição de 50 anos atrás, onde um homem “interrompeu” a premiação ao correr nu pelo palco. O ano era 1974 e o actor David Niven discursava para apresentar Elizabeth Taylor – escolhida para anunciar o grande vencedor na categoria de “Melhor Filme” – quando os convidados começaram a reagir de forma inesperada. Quando se deu conta da situação, Niven deparou-se com Robert Opel a correr nu pelo palco. O acto do fotógrafo e activista pelos direitos LGBT representava uma crítica à sociedade conservadora e ficou marcado na história dos prémios.

Aos 83 anos, a lenda viva do Studio Ghibli, Hayao Miyazaki, voltou a ganhar o Oscar de Melhor Filme de Animação, que se soma agora à estatueta que conquistou em 2003 por “A Viagem de Chihiro”. Um dos mais belos filmes de Miyazaki, “O Menino e a Garça” enfrentou concorrentes de peso: “Homem-Aranha: Através do Aranhaverso”, “Elementos”, “O Meu Amigo Robot” e “Nimona”. Ainda assim, o trabalho artesanal do mestre japonês venceu nesta categoria. Lançado em 2023, este pode bem ser o último filme do mestre de animação.

 

Mas vejamos todos os vencedores da noite:



 

 

Melhor Filme: “Oppenheimer”


Melhor Realização: Christopher Nolan, por “Oppenheimer”


Melhor Atriz: Emma Stone, por “Pobres Criaturas”


Melhor Ator: Cillian Murphy, por “Oppenheimer”


Melhor Atriz Secundária: Da’vine Joy Randolph, por “Os Excluídos”


Melhor Ator Secundário: Robert Downey Jr., por “Oppenheimer”


Melhor Argumento Adaptado: “American Fiction”


Melhor Argumento Original: “Anatomia de uma Queda”


Melhor Filme Internacional: “A Zona de Interesse”


Melhor Banda Sonora Original: Ludwig Göransson, por “Oppenheimer”


Melhor Canção Original: Billie Eilish e Finneas O’Connell por “What Was I Made For”, em “Barbie”


Melhor Montagem: Jennifer Lame, por “Oppenheimer”


Melhores Efeitos Visuais: “Godzilla Minus One”


Melhor Som: Johnnie Burn e Tarn Willers, por “A Zona de Interesse”


Melhor Fotografia: Hoyte van Hoytema, por “Oppenheimer”


Melhor Guarda-Roupa: Holly Waddington, por “Pobres Criaturas”


Melhor Cenografia: James Price, Shona Heath e Zsuzsa Mihalek, por “Pobres Criaturas”


Melhor Cabelo e Maquilhagem: Nadia Stacey, Mark Coulier e Josh Weston, por “Pobres Criaturas”


Melhor Curta-metragem: “A História Maravilhosa de Henry Sugar”, de Wes Anderson


Melhor Longa-metragem Documental: “20 Days in Mariupol”, de Mstyslav Chernov


Melhor Curta-metragem Documental: “The Last Repair Shop”, de Ben Proudfoot e Kris Bowers

Etiquetas:

Comente este artigo