Anos depois de testemunhar a morte do general hispânico Maximus (o seu pai e também o protagonista de “Gladiador”) às mãos do seu tio, Lucius é forçado a entrar no Coliseu depois da sua casa ter sido conquistada por tirânicos imperadores que agora lideram Roma com mão de ferro. Comprado por Macrinus, um antigo escravo que possui uma escola de gladiadores com o intuito de derrubar os governantes e tomar o poder de Roma, ele é treinado para as apoteóticas lutas de vida e morte na arena. Inspirado pela história do seu progenitor, com um sentimento de revolta e o futuro do Império em jogo, Lucius tem de encontrar a força necessária para fazer justiça e ajudar a devolver a paz e a glória ao povo romano.



“Gladiador II”, sequela épica de ação realizada por Ridley Scott e escrita por David Scarpa e Peter Craig, chegou aos cinemas na passada quinta-feira (14) com uma difícil missão: superar o primeiro filme. A história original marcou gerações com a ambição de Ridley Scott e as incríveis atuações de Russell Crowe e Joaquin Phoenix. No entanto, a sequência consegue trazer mais profundidade à história. Uma complexidade que torna esta continuação imprevisível para o público. Com os actores Connie Nielsen e Derek Jacobi a encarnar as mesmas personagens do primeiro filme, o elenco é encabeçado pelas actuações de Paul Mescal, Pedro Pascal e Denzel Washington.

 

 

Voltando ao enredo, em “Gladiador 2”, os imperadores Greta (Joseph Quinn) e Caracalla (Fred Hechinger) planeiam reviver os jogos no Coliseu, numa tentativa de homenagear o feito final do general Acacius (Pedro Pascal) em terras africanas, na Namídia. Passadas décadas desde a jornada de Maximus, o filme retrata uma Roma mergulhada numa era de barbárie e corrupção. Lucius (Paul Mescal), agora adulto e a viver sob a identidade de Hanno, desfruta de uma vida pacífica ao lado da mulher Arishat (Yuval Gonen), até ser capturado pelo exército romano após a sua terra ser conquistada. 

 

Sob custódia, Lucius é confrontado com uma proposta de Macrinus (Denzel Washington), um ex-escravo e mercador: tornar-se gladiador em troca de liberdade e a possibilidade de vingança contra o general Acacius. Por sua vez, Acacius, ainda que relutante, serve aos gananciosos imperadores enquanto colabora secretamente com Lucilia (Connie Nielsen) para restaurar a ordem em Roma. Mas tudo muda quando a verdadeira identidade de Lucius é revelada durante os jogos no Coliseu...

 

 

A narrativa aproveita os eventos do passado para desenvolver novas intrigas. As decisões das personagens são complexas, mantendo a audiência envolvida e ansiosa por descobrir o desfecho. No que diz respeito às interpretações, Paul Mescal demonstra estar à altura de uma produção desta escala, transmitindo emoções com intensidade. Contudo, o verdadeiro destaque do filme vai para Denzel Washington, cuja interpretação de Macrinus não só confere credibilidade à sequela, como também eleva a história com a sua presença em cena. A dinâmica entre Hanno e Macrinus é o ponto alto do filme, com Washington a entregar uma performance tão memorável que, por si só, quase justifica a existência desta continuação.

 

Embora divertido, épico e brutal, “Gladiador 2” não escapa às comparações com o filme original. Sem um herói tão carismático como Maximus (Russell Crowe) ou um vilão tão icónico como Commodus (Joaquin Phoenix), a sequela conta, no entanto, com a realização magistral de Ridley Scott, que regressa 24 anos após o sucesso do primeiro filme. Aos 86 anos, o realizador britânico continua a ser um mestre nas grandiosas cenas de ação, enquanto honra o legado do clássico com o regresso de actores como Connie Nielsen e Derek Jacobi, além de referências a momentos icónicos do original.

 

 

Apesar de Maximus ser apenas uma figura do passado, o seu legado paira sobre a narrativa, influenciando Lucius e Acacius de maneiras distintas. Lucius segue uma trajetória brutal e heróica semelhante à do antigo Gladiador, enquanto Acacius, o general atormentado interpretado por Pedro Pascal, reflete as lutas internas de Maximus. Colocar as duas personagens em lados opostos das batalhas adiciona uma camada intrigante à história.

 

Visualmente, “Gladiador 2” abraça uma Roma decadente e violenta, com novos espetáculos no Coliseu que incluem batalhas intensas e cenas inesperadas, como combates com rinocerontes, macacos ferozes e até tubarões. Para os fãs de ação, o filme entrega momentos impressionantes, que não decepciona, mas também explora os bastidores com profundidade através da enigmática figura de Macrinus.

 

 

Embora não alcance a glória épica do original, “Gladiador 2”, certamente mais grandioso do que o seu antecessor, surpreende em vários aspectos e oferece um entretenimento que faz jus às expectativas de uma continuação. Com cenários monumentais, um elenco talentoso e uma realização ousada, o filme prova ser um espetáculo cativante, capaz de satisfazer os amantes do género e justificar o balde de pipocas. Mesmo longe da perfeição, é uma experiência cinematográfica que prende a atenção do princípio ao fim, e que funciona, porque cumpre o prometido — e, no cinema atual, isso já é um grande feito.

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Ao celebrar o seu 65º aniversário, a Barbie prova que a sua influência se estende muito para além do quarto de bonecas, sendo uma campeã de possibilidades ilimitadas para as gerações vindouras. Aqui faço um breve resumo da sua trajetória.

No universo dos brinquedos, poucas figuras são tão instantaneamente reconhecíveis como a Barbie. Com o seu estilo inconfundível, confiança audaz e versatilidade ilimitada, a boneca Barbie redefiniu o significado de ser um símbolo de feminidade e poder. Agora, ao atingir 65 anos, a Mattel celebra este marco com o lançamento de um novo livro, “My Barbie Story”, que narra a transformação da Barbie de simples boneca infantil para fenómeno cultural global.

 

 

ORIGENS HUMILDES

A Barbie teve um início modesto, mas profundamente inovador. Criada por Ruth Handler, cofundadora da Mattel, estreou-se na Feira de Brinquedos de Nova Iorque em 1959. A visão de Handler era clara e ousada: oferecer às meninas uma boneca que lhes permitisse imaginar um futuro para além das normas tradicionais. Batizada com o nome da filha de Handler, Barbara, a Barbie representou uma rutura em relação às bonecas bebé da época, sendo a primeira boneca com um corpo adulto. Desde o início, destacou-se com o seu estilo único e mensagens inspiradoras, incentivando as crianças a imaginarem-se em qualquer papel que desejassem.

SÍMBOLO DE PODER

Ao longo das décadas, a Barbie evoluiu, refletindo as mudanças sociais e culturais em seu redor. Nos anos 1960, tornou-se um ícone de moda, com um guarda-roupa cada vez mais vasto e colaborando com designers para criar tendências. Durante os anos 1980 e 1990, assumiu múltiplas carreiras, de astronauta a médica, mostrando que podia ser tudo o que quisesse e inspirando as raparigas a fazerem o mesmo. Este compromisso com a diversidade de possibilidades tornou-se o traço distintivo da Barbie, consolidando-a como um símbolo de empoderamento.

 

APENAS KEN

 

 

Em 1961, a Barbie expandiu o seu universo com a introdução do Ken, o seu companheiro, marcando um novo capítulo na sua narrativa. Igualmente criado por Ruth Handler, Ken era um namorado desenhado por mulheres para meninas. Assim como Barbie recebeu o nome da filha de Handler, Ken recebeu o nome do seu filho (Ken é a abreviação de Kenneth Carson). E assim, a dinâmica segura de namorado-amigo do relacionamento de Barbie e Ken foi estabelecida. Notavelmente projetado sem genitália, o boneco significa o primeiro encontro masculino nas brincadeiras das meninas e um espaço seguro para a prática de relacionamentos românticos.

 

AMBIÇÃO E EVOLUÇÃO

Os anos 1970 foram cruciais para a Barbie, que acompanhou as transformações sociais da época. Em sintonia com o movimento feminista, começou a afastar-se dos estereótipos, adotando papéis e estilos mais variados. As primeiras Barbies afro-americanas e hispânicas foram lançadas em 1971, num passo importante para a inclusão e diversidade. Nos anos 1980, a Barbie destacou-se como mulher de carreira, assumindo papéis como executiva, astronauta e até presidente. Paralelamente, colaborava com grandes nomes da moda, consolidando-se como um ícone de estilo.

 

MODA E COLABORAÇÕES

 

O guarda-roupa da Barbie expandiu-se ao longo das décadas, influenciado por designers renomados. Nos anos 1980, colaborou com Bob Mackie, e, mais tarde, trabalhou com nomes como Karl Lagerfeld, Vera Wang e Balmain. Hoje, parcerias com marcas como Christian Louboutin, Moschino e Balenciaga continuam a afirmar o seu estatuto de ícone da moda.

RESPOSTAS A CONTROVÉRSIAS

A Barbie também enfrentou críticas, sobretudo relacionadas com as suas proporções e os padrões de beleza que promovia. A Mattel respondeu a estas questões ao diversificar a linha, introduzindo bonecas de diferentes corpos, etnias e histórias pessoais, refletindo uma visão mais inclusiva.

UMA NOVA ERA COM O FILME

 

 

Em 2023, o filme “Barbie”, realizado por Greta Gerwig, trouxe a Barbie para o centro da cultura contemporânea. Com Margot Robbie e Ryan Gosling nos papéis principais, o filme abordou questões como identidade, feminismo e autoempoderamento, reafirmando a relevância da Barbie para novas gerações.

 

CELEBRAÇÃO DOS 65 ANOS


Para comemorar o seu 65º aniversário, o livro “My Barbie Story” destaca 108 histórias e fotografias de figuras inspiradoras, desde Helen Mirren e Claudia Schiffer a Samantha Cristoforetti e Susana Rodriguez. Este lançamento apoia ainda a igualdade de género, com as receitas a reverterem para a UN Women UK, através do “Barbie Dream Gap Project”. Uma celebração à altura do impacto cultural e social que a boneca Barbie continua a exercer.

 


 

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O Natal chegou mais cedo aos cinemas! Isto porque esta semana, estreou o filme "Red One: Missão Secreta", uma comédia de ação que promete acender o entusiasmo para a época festiva. E eu tive a oportunidade e assistir à sua antes-estreia a convite da Cinemundo, através de Xenica Jardim.

A missão para salvar o Natal arrancou nos cinemas a 7 de novembro, com Dwayne Johnson num papel de destaque. Trata-se de uma comédia imperdível, realizada por Jake Kasdan, o mesmo realizador que trabalhou com The Rock nos sucessos da franquia "Jumanji". Neste filme de aventura multigeracional, Chris Evans junta-se ao elenco numa trama repleta de adrenalina e espírito natalício.

Quando o Pai Natal – com o nome de código “Red One” – é raptado, o Chefe de Segurança do Pólo Norte (Dwayne Johnson) alia-se a um famoso caçador de recompensas online (Chris Evans) para embarcar numa aventura épica em várias partes do mundo, com o objetivo de salvar o Natal. O elenco conta ainda com Lucy Liu, Kiernan Shipka, que dá vida à vilã Gryla, e J.K. Simmons, vencedor de um Óscar, no papel do próprio Pai Natal. Jake Kasdan realiza o filme a partir de um argumento de Chris Morgan (conhecido pela saga “Velocidade Furiosa”) e uma história de Hiram Garcia (das franquias “Jumanji” e “Velocidade Furiosa”).

É importante ir assistir a este tipo de filme com as expectativas ajustadas, ou seja, entrar no espírito do género e deixar-se levar pela diversão. A química entre The Rock e Chris Evans sobressai, e é divertido observar o contraste entre as personalidades das personagens: Callum, o chefe de segurança, é muito dedicado ao Natal, enquanto o mercenário interpretado por Evans é mais cético quanto à festividade. Na busca pelo paradeiro do Pai Natal, que é o mote do filme, ambos acabam por desenvolver uma nova relação através do trabalho em equipa.

No papel de vilã, Kiernan Shipka, apesar de ter um tempo de ecrã mais limitado, consegue brilhar. Já Lucy Liu traz um toque de comédia subtil à sua personagem, Zoe, chefe de um departamento encarregado de proteger criaturas mitológicas. Com uma abordagem leve e bem-humorada, o filme sugere até a possibilidade de uma possível continuidade.

“Red One: Missão Secreta” combina humor e ação, trazendo alguns dos momentos ternos típicos dos filmes natalícios. Não sendo um filme incrível, cumpre bem o seu propósito de entreter. As suas duas horas passam rapidamente entre cenas de ação, fantasia, efeitos especiais impressionantes, um Pai Natal em excelente forma física e a dupla dinâmica de Chris Evans e Dwayne Johnson. Este é, sem dúvida, um ótimo começo para a temporada natalícia no cinema.


 

 

 

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Não é pelo período de Halloween que acabou de passar, mas de facto, esta é uma realidade que decidi abordar. Das coleções de luxo das passarelas aos ecrãs de televisão, a adoração da moda por temas negros e góticos tem perdurado como um símbolo misto de rebeldia e elegância. A estética gótica utiliza o preto de forma consistente como uma ferramenta narrativa poderosa, simbolizando mistério, transgressão e uma profundidade emocional que ressoa. Do fascínio de Alexander McQueen por motivos sombrios às silhuetas vanguardistas de Rick Owens, o preto transcende a sua tradicional associação com o luto para se tornar um símbolo de elegância subversiva. Neste ano de 2024, designers como Robert Wun e a dupla Dolce & Gabbana reinterpretam o traje de viúva, enquanto Balenciaga explora narrativas distópicas, reafirmando o preto como um ícone de complexidade e audácia. Referências televisivas e cinematográficas, como em “Wednesday” e o regresso de “Beetlejuice”, 36 anos depois, continuam a inspirar, demonstrando como o preto se perpetua na moda como expressão de fascínio gótico e intemporal.

Coleção outono/inverno 2009 "Horn of Plenty" de Alexander McQueen

Embora a influência do preto tenha evoluído, ela é profundamente enraizada em movimentos históricos, como o vestuário de luto vitoriano, em que a cor comunicava uma reverência perante a mortalidade. Porém, no início do século XX, Coco Chanel veio redefinir essa associação pesada ao lançar o seu “Little Black Dress”, transformando-o num elemento versátil e sofisticado. Mais tarde, a década de 1960 consolidou essa transição com o icónico vestido de Givenchy para Audrey Hepburn no filme “Boneca de Luxo” (“Breakfast at Tiffany's”), mudando a simbologia do preto de um elemento de luto do pós-guerra para assumidamente um símbolo de elegância.

Audrey Hepburn, Breakfast at Tiffany's, 1961

 

Alexander McQueen revolucionou o uso da estética gótica no final do século XX, utilizando o preto em temas como vida, morte e condição humana, materializados em silhuetas dramáticas e detalhes meticulosamente elaborados. O seu fascínio pelo sombrio teve início com a sua coleção de graduação, “Jack the Ripper Stalks His Victims” (1992), na qual incorporou elementos pessoais nas peças como uma homenagem à tradição vitoriana. Com espetáculos icónicos, McQueen mesclou referências históricas com exibições de beleza visceral, culminando em desfiles onde o preto era mais do que uma cor — era uma narrativa complexa.

 

Rick Owens apresentou uma fantasia distópica - primavera/verão 2024

 

Rick Owens, outro ícone da moda de vanguarda, emprega o preto em silhuetas não convencionais, comunicando rebeldia e individualismo. Já designers como Robert Wun e Dolce & Gabbana reinterpretam o traje tradicional de viúva, explorando a complexidade do amor e do luto através do preto. Na coleção de alta-costura de Robert Wun para o outono/inverno de 2024, o estilista reflete sobre a mortalidade com criações que simbolizam a fragilidade da existência, abordando temas existenciais e celebrando a beleza inerente aos finais.



Coleção de alta-costura outono/inverno '24 de Robert Wun


A subcultura gótica começou no Reino Unido, no início dos anos 80, e surgiu como resultado direto do movimento punk. Influenciado por algumas bandas como The Cure, Sisters of Mercy e Banshees, este estilo tornou-se popular depois de o visual punk-rock ter colocado uma vertente dura na moda. Suavizou a rebeldia da estética punk e criou o seu próprio estilo, muito distinto e chamativo, que ainda hoje é visto na moda moderna, tal como prova este meu post. Definido pela sua preferência por vestuário preto, rendas intrincadas, detalhes em pele e silhuetas dramáticas, o estilo de moda gótico transcende a moda convencional, adoptando uma estética cativante inspirada nas influências vitorianas. Não se trata apenas de vestuário, mas de uma forma de expressão artística e de identidade.

 


O fascínio pelos temas góticos permeia igualmente o cinema, desde “O Bebé de Rosemary” (1968) a “Os Pássaros” (1963), influenciando coleções como a primavera/verão de 1995 de McQueen. Conforme afirmado antes, filmes como “Beetlejuice” e séries como “Wednesday” continuam a moldar o imaginário gótico contemporâneo, destacando o preto como elemento de autoexpressão e comentário social. No mesmo espírito, filmes como “A Morte Fica-Vos Tão Bem” (1992) reavivam o fascínio pelo horror "campy", mostrando protagonistas que desafiam as convenções, com uma mistura de glamour e humor sombrio, redefinindo a estética feminina na moda e na cultura pop.

 

 

A relojoaria de luxo também adota o preto, com modelos como o “Big Bang Original Black Magic” da Hublot e o “BR 03-94 Blactrack” da Bell & Ross, por exemplo, promovendo um minimalismo sofisticado que une tradição e inovação. Estes modelos ultra-pretos, que se juntam ao “Lange 1” da A. Lange & Söhne, ao “Chronomaster Revival Shadow”, da Zenith e ao “Speedmaster Dark Side of the Moon2, da Omega, confirmam a tendência do negro, especialmente no domínio dos mostradores, e tornam-se símbolos de subtileza e poder técnico, expressando uma elegância duradoura e moderna.

 

Em suma, as sensibilidades góticas e o fascínio pelo preto continuam a influenciar profundamente a moda e o design. O preto, mais do que uma cor, representa rebelião, mistério e profundidade emocional, um símbolo estético e filosófico que atravessa gerações e contextos, sempre renovado nas interpretações contemporâneas da alta moda e cultura visual.

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O desfile da conhecida marca de lingerie regressou, quase seis anos depois do último, na noite de terça-feira, dia 15 de outubro, em Nova Iorque. O último Victoria's Secret Fashion Show tinha ocorrido em 2018 e agora parece que está de volta o grande espetáculo, o maior de uma marca de lingerie. Após 23 anos de desfiles memoráveis, os executivos da Victoria's Secret tinham confirmado que o desfile de moda de 2019 seria cancelado. E assim foi. Antes de uma pandemia que não se adivinhava vir a a acontecer...

Neste regresso, várias e muito conhecidas modelos como Tyra Banks, Irina Shayk, Gigi Hadid e Adriana Lima desfilaram num show que contou, mais uma vez, com um elemento de grande destaque: a música. Além de Cher, também atuaram Tyla e Lisa. Mas isso já todos sabem ou viram. Agora, o que me leva a falar do Victoria's Secret Fashion Show é o facto de que seis anos depois, o evento tenha regressado com a promessa de que seria mais inclusivo.

O Victoria's Secret Fashion Show, lançado em 1995, rapidamente se tornou um evento icónico, associando-se ao glamour de supermodelos como Naomi Campbell, Gisele Bündchen e Miranda Kerr, que desfilaram em lingerie, asas e elaborados pijamas ao longo dos anos. A primeira transmissão televisiva ocorreu em 2001 na ABC, consolidando ainda mais o espetáculo. A portuguesa Sara Sampaio destacou-se como um dos "anjos" da marca entre 2015 e 2018.

No entanto, apesar do êxito, a Victoria's Secret começou a enfrentar um declínio nas vendas a partir de 2016, e o desfile de 2018, segundo a CNBC, registou a pior audiência de sempre. A crítica apontava para a objetificação das mulheres e a ausência de diversidade corporal nas modelos escolhidas. Na época, o ex-diretor de marketing Ed Razek gerou controvérsia ao afirmar à Vogue que a marca não incluiria modelos transgénero ou plus size nos desfiles. Razek acabou por retratar-se publicamente após a forte reação negativa. Ainda em 2018, a marca tentou ampliar a diversidade ao contratar 19 modelos negras, incluindo Winnie Harlow, a primeira modelo com vitiligo a desfilar para a Victoria's Secret. Contudo, Razek viria a deixar o cargo em agosto de 2019, marcando o início de uma fase de reformulação para a marca.

Seis anos depois, o Victoria's Secret Fashion Show voltou com mais força do que nunca, apresentando um elenco diverso com modelos plus size, transgénero, negras e até modelos com mais de 50 anos. O espetáculo começou com uma atuação de Lisa, cantora tailandesa e membro do grupo sul-coreano Blackpink. Na passarela, modelos como Ashley Graham e Paloma Elsesser desafiaram o estereótipo típico da marca – tradicionalmente associado a mulheres brancas, altas e magras. O evento contou ainda com a presença de brasileiras de destaque, como Adriana Lima, Alessandra Ambrósio e Isabeli Fontana, que desfilaram como verdadeiros 'anjos' da marca. No entanto, a ausência de Gisele Bündchen foi sentida por muitos.

Outro momento histórico foi protagonizado por Valentina Sampaio, primeira modelo transgénero a desfilar para a Victoria's Secret. A modelo e atriz brasileira de 26 anos, que já havia feito história ao ser a primeira mulher transgénero a aparecer na capa da Vogue, alcançou mais um marco ao integrar este desfile tão icónico. Modelos com mais de 50 anos também brilharam no evento. Kate Moss desfilou ao som de "I Love Rock N' Roll", acompanhada de outras veteranas como Carla Bruni, de 56 anos, e Eva Herzigova, de 51.


O espetáculo incluiu ainda uma representação racial diversa, com a cantora sul-africana Tyla como segunda atração musical da noite. Ela chegou a vestir as emblemáticas asas da Victoria's Secret, um símbolo da marca. O evento culminou com Cher, que fez o encerramento ao som de "Do You Believe in Life After Love?" enquanto as modelos exibiam lingeries vermelhas. A última a pisar a passarela foi Tyra Banks, lenda dos anos 90 e atualmente modelo plus size, que desfilou com sorrisos e energia enquanto confetes caíam, encerrando o desfile acompanhada por todo o elenco do espetáculo.

A icónica Tyra Banks, agora com 50 anos, brilhou no Victoria's Secret Fashion Show depois de uma longa ausência. A supermodelo, que geriu a marca enquanto desfilou por nove edições, afastou-se em 2005, mas voltou com um impacto marcante. Banks deslumbrou ao usar uma capa prateada com forro preto, um corpete enfeitado com cristais, leggings cintilantes e saltos altos, apresentando um visual arrojado que arrancou aplausos do público. O seu regresso à passarela foi acolhido com entusiasmo pela multidão, ao som da icónica música "Native New Yorker", da banda Odyssey.

Vamos ver se este foi um caso isolado ou se para o ano voltaremos a ter mais um Victoria's Secret Fashion Show.











 

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O terror psicológico e o suspense regressam aos cinemas com a tão esperada estreia de “Sorri 2”. Parker Finn traz-nos uma nova e surpreendente continuação do filme de terror revelação de 2022, aprofundando a maldição que atormenta as personagens, através de uma história perturbadora, cheia de tensão e mistério. Neste “Sorri 2”, Finn, que também assina o argumento, volta a explorar a maldição de uma entidade sobrenatural que se alimenta de traumas e se manifesta através de um sorriso sinistro.

A história acompanha Skye Riley (Naomi Scott), uma estrela da música pop em ascensão prestes a embarcar numa digressão mundial, mas que começa a enfrentar acontecimentos cada vez mais assustadores e inexplicáveis. À medida que os horrores aumentam e as pressões da fama se tornam insuportáveis, Skye é obrigada a confrontar o seu passado sombrio para tentar retomar o controlo da sua vida. Naomi Scott, cantora e atriz britânica, assume o papel principal, colaborando ainda em algumas das músicas originais do filme, incluindo o videoclipe do tema “Grieved You”. O elenco inclui também Ray Nicholson, filho de Jack Nicholson, no papel de Paul Hudson, namorado de Skye. O ator, de 32 anos, segue assim os passos do pai, ao entrar no género de terror.

 


Inserido no universo pop, a sequela de “Sorri” oferece uma perspetiva inovadora sobre o terror psicológico, recorrendo a uma impressionante combinação de efeitos especiais para criar imagens realistas e perturbadoras. O primeiro filme, estreado em 2022, tornou-se um fenómeno nos cinemas, surpreendendo os fãs do género e arrecadando mais de 215 milhões de dólares nas bilheteiras mundiais. Com o conceito perturbador da “maldição do sorriso” e uma narrativa cheia de sustos, o filme original, inspirado na curta-metragem “Laura Hasn't Slept”, foi um sucesso. Agora, dois anos depois, Parker Finn regressa com uma sequela ainda mais alucinante e aterradora.

Enquanto o primeiro filme se focou em explicar os conceitos da maldição, “Sorri 2” aproveita a liberdade de explorar e expandir esse universo, entregando uma narrativa mais divertida, intensa e sangrenta. A ligação entre a maldição e a história de Skye é apresentada de forma natural e impactante, oferecendo uma reflexão profunda sobre as pressões da fama. A realização de Finn, em colaboração com o diretor de fotografia Charlie Sarroff, utiliza de forma eficaz os sorrisos macabros, alternando entre momentos assustadores e cómicos. À medida que Skye é consumida pela maldição, as cenas violentas e sangrentas aumentam em intensidade, refletindo o seu colapso mental.

 

Este novo capítulo usa as bases estabelecidas no primeiro filme para elevar ainda mais o terror, com uma história maior, mais intensa e violenta. A ligação entre os dois filmes é feita através de Joel (Kyle Gallner), personagem que, no final do primeiro filme, herdou a maldição após testemunhar a morte de Rose. Esta sequência começa com o retorno de Joel, desesperado a tentar livrar-se da maldição. Ele coloca em ação o plano de passá-la para um traficante, que acaba por morrer antes do tempo. Para sua sorte, Lewis Fregoli (Lukas Gage) estava no local e torna-se o novo hospedeiro, passando a maldição para Skye Riley.

Sem querer ser spoiler, posso apenas adiantar que o final é extremamente violento, deixando-nos numa incerteza entre o que é real e o que é alucinação, à medida que a maldição toma conta de Skye. O desfecho está aberto a múltiplas interpretações, com os eventos a desenrolarem-se de forma caótica.

 

Considerado pela crítica como um dos melhores filmes de terror do ano e aguardado com grande expectativa pelos fãs, “Sorri 2” já estreou em cinemas por todo o país, prometendo mais sustos e sorrisos aterradores. Não percam!

 


 


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