É verdade! No fim de semana passado, a minha amiga Cidália e eu fomos à terra de nascimento de Carmen Miranda: Marco de Canaveses. Que me recorde, nunca tinha ido a esta surpreendente cidade...

Carmen Miranda, o legado de uma estrela intemporal, que continua a brilhar. Um nome que ressoa para além do tempo, carregado de cor, ritmo e um sorriso inconfundível. No ano em que se celebram os 116 anos do seu nascimento, a sua figura continua a unir culturas e a inspirar gerações, lembrando-nos da força e do carisma desta artista sem igual.


Mais do que um ícone da música e do cinema, Carmen Miranda foi uma verdadeira embaixadora cultural. Com uma energia contagiante e um talento singular, conseguiu fazer a ponte entre o Brasil e Portugal, levando o calor das nossas raízes para os palcos mais grandiosos do mundo. A sua presença iluminava qualquer lugar e a sua arte transformava o simples em extraordinário.

 

 

Por isso, foi com grande emoção que, no dia 7 de fevereiro, em Marco de Canaveses, a minha amiga Cidália Marques fez a doação ao Museu Carmen Miranda de um vestido, um toucado e uns sapatos, criados a partir de um figurino que a própria Carmen usou num dos seus memoráveis filmes. Esta peça, feita especialmente para a Cidália aquando da comemoração dos seus 70 anos, tem um significado profundo: além de marcar esta sua etapa de vida, presta homenagem aos 70 anos da morte de Carmen Miranda, que se assinalam este ano, em agosto. Tudo carregado de muito simbolismo. E mais do que um simples traje, o que a Cidália doou é um tributo ao seu legado – uma lembrança da sua capacidade de transformar a moda e a arte numa extensão da sua personalidade vibrante. Sinto-me muito orgulhoso do gesto da Cidália.


Cidália Marques e Cristina Vieira, Presidente da Câmara Municipal do Marco de Canaveses

A doação fez parte de um programa especial da Câmara Municipal de Marco de Canaveses para celebrar o 116.º aniversário do nascimento de Carmen Miranda e o 1.º aniversário da reabertura do museu dedicado à artista ali nascida. A réplica do vestido usado por Carmen e doado por Cidália veio integrar a exposição temporária “Carmen. Olhares…”, composta por obras que homenageiam a "Pequena Notável", estando patente até 9 de março.

 

 

No dia seguinte, 8 de fevereiro, tivemos a oportunidade de fazer uma visita guiada ao museu, aprofundando ainda mais o contacto com a história e o impacto de Carmen no mundo da arte e da cultura. O Museu Carmen Miranda tem um papel fundamental na preservação da sua história, garantindo que a sua influência perdure no tempo. Por isso, este gesto da Cidália acaba por ser uma forma de contribuir para a continuidade dessa memória, de garantir que futuras gerações possam conhecer e inspirar-se na coragem, criatividade e na alegria que Carmen Miranda transmitia ao mundo.

 

 Eu, com Cristina Mendes, da Contance House, e Cidália Marques

Gostaria ainda de expressar um agradecimento especial à Constance House (Grupo A Casa 53), que nos recebeu com imensa hospitalidade durante a nossa estadia. Inspirada na arte de produzir vinhos (é possível fazer uma visita às vinhas onde o "vinho da casa" S. Caetano é produzido), a Constance House disponibiliza oito maravilhosos quartos, cuja decoração recorreu ao imaginário de forma a contar o ciclo da vida da videira. A Cidália e eu agradecemos o conforto e a simpatia que nos proporcionaram e que tornaram esta nossa experiência na região ainda mais memorável.

 


 

 

0 comentários

 

Inusitadamente, a Gucci revela uma campanha especial dedicada ao Dia dos Namorados. Intitulada "Gucci Together", trata-se de uma celebração do amor nas suas formas mais cruas. Fotografadas por Tina Barney, as imagens captam a intimidade tranquila entre casais e famílias da vida real, desde olhares demorados a momentos partilhados em interiores ricamente adornados.

 


De forma inesperada, a Gucci lança uma campanha especial para celebrar o Dia dos Namorados. Sob o título "Gucci Together", a iniciativa presta homenagem ao amor nas suas expressões mais genuínas. Captadas pela fotógrafa Tina Barney, as imagens retratam a serenidade íntima entre casais e famílias reais, desde olhares profundos a momentos partilhados em interiores ricamente decorados.

 

 

Naturalmente, a campanha "Gucci Together" apresenta uma seleção requintada de peças da maison. Desde carteiras e malhas a roupas confortáveis em seda, os itens foram especialmente escolhidos para a ocasião, com destaque para tons pastel e neutros, além de elementos icónicos da marca. As malas Gucci Horsebit 1955 Soft em Rosso Ancora destacam-se ao lado das novidades da linha GG Emblem e da coleção de viagem Gucci Savoy. A curadoria é enriquecida por sapatos com o detalhe Horsebit ou Web, lenços de seda Flora, joias elegantes da linha Link to Love, óculos Gucci Eyewear e fragrâncias Gucci Flora.



"Com esta campanha, quisemos contar e celebrar o amor em todas as suas nuances", afirma o diretor criativo Sabato De Sarno. "O elenco inclui famílias de todos os tipos, casais apaixonados, amigos ligados por um profundo afeto. Foi fantástico trabalhar com Tina Barney, uma artista que documenta o amor e as relações há décadas. O seu olhar e a sua lente são capazes de combinar beleza e verdade, dando-nos um fragmento de vida que fala a todos nós."

 


A fotógrafa Tina Barney, escolhida por De Sarno pela sua habilidade em captar a teatralidade do quotidiano através de composições sofisticadas e cenários evocativos, imprime a sua arte distintiva na campanha. Em cenários domésticos que irradiam calor e emoções autênticas, casais e famílias reais, todos com ligação ao universo da moda, são retratados em momentos íntimos de partilha. Cada imagem revela diálogos silenciosos — olhares subtis, memórias serenas e uma cumplicidade natural — revelando as formas únicas de amor que existem entre eles. Complementando as fotografias, uma série de vídeos apresenta as vozes e histórias pessoais dos protagonistas, recordando que a verdadeira intimidade se encontra, muitas vezes, nos pequenos e significativos detalhes. 



Esta abordagem traz uma visão positiva sobre o amor, especialmente num período em que a chegada do Dia dos Namorados pode intensificar a pressão social para alcançar o "amor perfeito", frequentemente moldado pelos padrões irreais promovidos pelas redes sociais. Esta expectativa pode desencadear desafios à saúde mental, como ansiedade, depressão ou distúrbios alimentares. 



Não por acaso, as redes sociais têm dado crescente visibilidade ao Dia dos Solteiros (13 de fevereiro), promovendo uma alternativa que relembra que a felicidade não depende de um parceiro. "O mito do amor romântico fez-nos acreditar que estar solteiro é sinónimo de solidão, quando, na verdade, o bem-estar emocional também floresce nas relações com amigos, família e na conexão consigo próprio", afirmam especialistas. 



Neste Dia dos Namorados, para além da idealização do amor romântico, é essencial refletir sobre a importância do amor-próprio e do equilíbrio emocional nas relações. O segredo para o verdadeiro bem-estar não reside na conformidade com expectativas externas, mas na construção de ligações saudáveis, alicerçadas no respeito, na confiança e no auto-conhecimento.

0 comentários

Que filme surpreendente, ao qual tive a oportunidade de assistir à sua antestreia. Trata-se de uma comédia-romântica com uma reviravolta que nos leva numa aventura inesperada. Nele, Iris (Sophie Thatcher) está completamente apaixonada por Josh (Jack Quaid, filho de Dennis Quaid e de Meg Ryan). Eis que ele a convida para passar um fim-de-semana numa luxuosa cabana junto a um lago com o seu grupo de amigos e ela aceita. Quando ambos decidem juntar-se ao grupo – Kat (Megan Suri), o seu namorado rico e dono da casa do lago, Sergey (Rupert Friend), e o casal maravilha Eli (Harvey Guillén) e Patrick (Lukas Gage) – o pior acontece quando um deles é morto, acabando por despoletar uma narrativa que prossegue por caminhos inesperados. Além disso, a descoberta de algo inimaginável de Iris sobre si própria transforma a escapadela, supostamente relaxante, numa experiência aterradora e perigosa para todos os que a rodeiam.

Com uma ação situada num futuro próximo, este thriller de ficção científica com nuances de comédia negra é realizado por Drew Hancock. O realizador, que já conta com uma carreira notável na televisão, faz aqui a transição para o grande ecrã com "Companion", uma obra que combina comédia romântica, ficção científica e terror, apresentando uma reviravolta inesperada numa premissa que poderia facilmente ter saído de "Black Mirror". 



Falar sobre "Companion" sem revelar a sua surpreendente reviravolta é um verdadeiro desafio, pois esta define grande parte da narrativa. No entanto, o filme conduz-nos por uma aventura moral onde as fronteiras entre o certo e o errado são constantemente desafiadas, revelando gradualmente as personagens através de uma série de eventos desencadeados por um incidente violento. Compreendo que, nos dias de hoje, é raro assistir a um filme sem qualquer informação prévia. No entanto, foi exatamente essa a minha experiência — nada sabia, nem mesmo o motivo pelo qual a protagonista tinha os olhos completamente brancos no cartaz do filme. Acreditem, ver "Companion" no grande ecrã sem expectativas garante uma experiência de surpresa e estupefação genuínas, moldando por completo a perceção da trajetória da história.

 


Hancock constrói habilmente a primeira meia hora do filme, culminando num twist narrativo surpreendente e original. Embora a experiência continue válida para quem já conhece os seus segredos, nunca será tão intensa quanto para aqueles que entram no cinema sem saber o que esperar. Trata-se de um filme audaz, que aborda temas clássicos do género e questões tecnológicas com um ritmo implacável, subvertendo expectativas de forma eficaz. Com uma duração de apenas 90 minutos, evita alongamentos desnecessários, mantendo-se conciso e envolvente. A combinação de tons, a atmosfera inquietante e a exploração de temas complexos, como abuso, amor e controlo, elevam a obra acima de meros sustos fáceis, deixando uma impressão emocional que perdura além dos créditos finais. 

 

O elenco mostra-se coeso, com Sophie Thatcher a carregar o filme de forma magistral, enquanto Quaid explora um tipo de personagem ao qual já está habituado, com Gage e Guillén a complementarem o conjunto de forma dinâmica. Thatcher, em particular, revela um impressionante alcance emocional, com uma capacidade expressiva versátil e um timing cómico irrepreensível. A sua interpretação dá vida a uma personagem complexa, transformando tópicos delicados como autocontrolo e afirmação em questões profundamente relacionáveis. É um desempenho notável.



Hancock, por sua vez, garante que o filme se mantenha envolvente, construindo um universo credível sem recorrer a soluções excessivamente mirabolantes para justificar as suas reviravoltas. Embora levante questões filosóficas sobre a crescente influência da tecnologia nas nossas vidas, a abordagem permanece acessível, contribuindo para a narrativa tanto no seu lado mais intelectual quanto na vertente satírica.

 

"Companion" é um filme intrigante, que nos convida a refletir sobre a forma como a tecnologia coexiste com as imperfeições humanas e as consequências das nossas escolhas. Com uma mistura eficaz de humor, terror e temáticas provocadoras, conta com um elenco competente, mesmo sem grandes nomes, mantendo o espetador investido do início ao fim. 

 

 

Apesar de não revolucionar o género, a forma como Drew Hancock trabalha um conceito familiar com uma abordagem pessoal e uma execução tecnicamente sólida resulta numa experiência cativante. Com uma prestação memorável de Sophie Thatcher, este thriller psicológico com toques de comédia, romance e ficção científica destaca-se como uma das primeiras grandes surpresas do ano — altamente recomendado para quem quiser uma experiência autêntica e sem spoilers prévios.

 


 


0 comentários


Pioneiros de estilo. Apesar de algumas destas lendas, como Alain Delon e Shelley Duvall, já não estarem entre nós, cada uma deixou uma marca inesquecível na moda e no universo do entretenimento. No panorama da moda, as grandes figuras do showbusiness e os rostos mais conhecidos tendem a ocupar o protagonismo, impondo estilos que definem a sua geração. Contudo, a verdadeira essência do estilo pode igualmente surgir de escolhas ousadas e subversivas, que desafiam as normas e resultam numa influência discreta, mas marcante, destes ícones. De modo que faço aqui uma homenagem a estes ícones de estilo, algumas vezes subestimados, refletindo sobre como redefiniram os horizontes da moda.

 



Alain Delon: o estilo Beatnik dos anos 50

O estilo de Alain Delon nos anos 50 foi determinante para o surgimento do movimento Beatnik, que rejeitava a formalidade clássica em prol de um visual despretensioso e intemporal. Delon ajudou a popularizar peças casuais como calças de ganga e t-shirts básicas, rompendo com os fatos e chapéus típicos da época. Ele captou o espírito Beatnik com “wife beaters” brancos, casacos bomber e camisolas, introduzindo uma estética descontraída que desafiava as convenções de moda masculinas da década.

 


Nos anos 60, Delon tornou-se um ícone de sofisticação, especialmente através de filmes como “Plein Soleil” (“O Sol Por Testemunha”). Camisas Oxford abotoadas, peças de linho e camisolas navy tornaram-se símbolos do seu estilo francês moderno, consolidando-o como um dos homens mais elegantes da sua geração. Com o anúncio do seu falecimento, em abril de 2024, figuras como Brigitte Bardot e Emmanuel Macron prestaram tributo à lenda que redefiniu a masculinidade e influenciou a moda por décadas.

 

 



Peggy Moffitt: O espírito do Mod nos anos 60

Embora Twiggy e Mia Farrow sejam frequentemente associadas ao movimento Mod, Peggy Moffitt desempenhou um papel central na definição deste estilo audacioso, com padrões geométricos e cores vibrantes. Em colaboração com o designer Rudi Gernreich e o fotógrafo William Claxton, Moffitt produziu imagens de moda provocadoras que refletiam uma mudança cultural.

 

 

Reconhecida pelo seu penteado bouffant, maquilhagem ousada e preferência por mini-saias, Moffitt capturou a exuberância juvenil da década, deixando um legado que continua a inspirar marcas e criadores contemporâneos.

 

 


 

Malcolm X: Elegância como resistência nos anos 60

Malcolm X fez do seu estilo uma afirmação política, adotando fatos bem cortados como símbolo de dignidade e respeito. A sua aparência profissional desafiava estereótipos, representando orgulho negro e autossuficiência. Num período de segregação, os fatos à medida tornaram-se uma forma de resistência visual, transmitindo uma mensagem de seriedade e determinação na luta pelos direitos civis.

 


Malcolm X usou a moda para afirmar a sua identidade e empoderar as comunidades negras, reforçando o seu estatuto como ícone de mudança.

 

 



Shelley Duvall: A excentricidade nos anos 70

Shelley Duvall destacou-se em Hollywood pela sua beleza única e pouco convencional, que contrastava com as normas da época. Os seus traços peculiares e a aparência natural desafiavam os padrões de atratividade glamourizados.

 


Em filmes como “Shining” e “Popeye”, Duvall demonstrou que a beleza podia ser multifacetada, trazendo profundidade às suas personagens. A sua influência ajudou a ampliar a definição de beleza no cinema, tornando-o mais inclusivo e diversificado.

 

 



Annie Lennox: Androgenia revolucionária nos anos 80

A cantora Annie Lennox, dos Eurythmics, desafiou as normas de género ao adotar um estilo andrógeno que combinava elementos masculinos e femininos. Os seus fatos de alfaiataria, camisas brancas e blazers com ombros largos tornaram-se icónicos nos anos 80, inspirando a aceitação de expressões de género fluido. Com o seu cabelo curto e maquilhagem marcante, Lennox deixou um impacto duradouro na música e na moda.

 


Até hoje, utiliza a sua plataforma para defender causas sociais e humanitárias, reforçando o seu estatuto como ícone cultural e de estilo.

 

 


Madonna:  Material girl pós-punk dos 80

Madonna emergiu nos anos 80 como uma criadora de tendências e um dos ícones de estilo mais influentes da sua geração. O seu sentido de moda ousado, variado e frequentemente controverso tornou-se parte essencial da sua imagem pública e consolidou o seu estatuto como uma força cultural revolucionária.

 


Inspirando-se no movimento punk da década de 1970, Madonna incorporou elementos rebeldes e arrojados no seu guarda-roupa. Itens como leggings, leg warmers e jóias vistosas foram combinados com ousadia, enquanto o espartilho de sutiã cónico, desenhado por Jean Paul Gaultier, se tornou uma assinatura icónica nos seus espetáculos. Este estilo não apenas simbolizava a liberdade criativa e individualidade, mas também ajudava Madonna a destacar-se no meio de outras estrelas pop. A sua maquilhagem era marcada por olhos intensamente delineados e lábios coloridos e vibrantes, complementando o impacto visual das suas roupas. Mudanças frequentes nos penteados – desde cortes curtos e geométricos a ondas longas ou penteados para trás – reforçavam a sua capacidade de reinvenção, um traço que viria a definir a sua carreira.

 

 

Além disso, o impacto de Madonna ia além da moda: a sua estética e atitude celebravam a expressão individual e a auto-afirmação. E a melhor coisa sobre a estética da roupa de Madonna nessa década é que, por mais atrevida que parecesse, era usada com uma confiança sem igual. Foi essa confiança inabalável com que exibia as suas escolhas arrojadas que solidificou o seu legado como um ícone cultural e de estilo, que continua a inspirar gerações até hoje.


0 comentários

 

Prada, Saint Laurent, Gucci e Aimé Leon Dore estão entre as marcas que têm contribuído para transformar o café numa extensão do estilo de vida ligado à moda e à indústria têxtil. A influência da cultura do café na moda é evidente, pelo que vou explorar resumidamente alguns fatores que deram origem a esta estimulante fusão.

A moda reflete, desde sempre, as transformações sociais do nosso tempo. Assim, as marcas mais inovadoras do mercado ajustam-se constantemente às necessidades do consumidor moderno, que, no contexto pós-pandémico, valoriza elementos essenciais e significativos. Para além da simples necessidade de comer e beber, o crescimento da gastronomia como uma macrotendência global e transversal fez da cultura do café mais do que uma moda: tornou-se num estilo de vida.

Numa era em que a segurança alimentar e o desperdício de víveres ganham relevância, o luxo pode assumir formas mais simples, como uma chávena de café. Este acto quotidiano converte-se numa experiência “IRL” (“In Real Life”), materializada em pop-ups e iniciativas criativas, com as quais as marcas incentivam a interação e fidelização dos seus clientes.

 

Na recente pop-up que emergiu da marca Rhode, em Londres, os fãs de beleza de Hailey Bieber esperaram longas horas para conhecer os seus produtos de maquilhagem e skincare, enquanto desfrutavam de um café em colaboração com o Café Kitsuné. Este tipo de experiência gera valor, não através de lucros imediatos, mas pelo impacto em plataformas como TikTok e pelo diálogo virtual.

 

Um “capricho” como símbolo de desejo

A ideia do “pequeno capricho” é outro impulsionador desta tendência. O conceito de comprar um café com o logótipo de uma marca de luxo evoluiu de algo aparentemente irónico para uma expressão significativa dos nossos tempos: um gesto simbólico e aspiracional.

Percebendo este fenómeno, marcas como Prada, Saint Laurent e Gucci inauguraram as suas próprias cafetarias e pop-ups de café. Alaïa seguiu o exemplo, abrindo uma cafetaria dentro da sua boutique em Londres. Já marcas que incorporam estilos de vida nos seus valores, como Maison Kitsuné, Carhartt WIP e Aimé Leon Dore, consolidaram a cultura do café como parte da sua identidade.


Em 2013, a Maison Kitsuné estreou o Café Kitsuné em Tóquio, expandindo-se depois para Paris e Nova Iorque, em 2019, e para Londres, em 2020. A Carhartt WIP, por sua vez, apresentou o Carhartt Coffee em 2016, em Londres, e, mais recentemente, colaborou com a Rocket Espresso Milano para criar uma máquina de café de edição limitada. Aimé Leon Dore inaugurou o Café Leon Dore em Londres, em 2022, como parte de uma experiência imersiva que combina bebidas artesanais com pastelaria grega e produtos da marca.


Experiências exclusivas redefinem a relação com o café

No final de 2024, Madrid recebeu a primeira pop-up europeia da Maison Margiela, com o café da casa. Inspirado na sua coleção de fragrâncias “Replica”, o espaço oferecia workshops olfativos e café gratuito servido em copos personalizados, acompanhado de mini-macarons decorados com a estética da marca.

Algumas celebridades também reforçaram esta tendência: Sabrina Carpenter lançou uma parceria com a Dunkin’Donuts, baseada no seu grande êxito musical “Espresso” — o café Sabrina's Brown Sugar Shakin' tornou-se a bebida mais “doce” de 2025—; enquanto Emma Chamberlain destacou-se com a sua marca de café próprio, Chamberlain Coffee, consolidando a ligação entre café e lifestyle. Para quem não saiba, Emma Chamberlain é uma influenciadora digital e youtuber — toda uma referência para a Geração Z — e também empresária e personalidade de destaque na cultura pop actual.

Além da sua presença digital, Emma é reconhecida por influenciar tendências na moda e no café. Tornou-se uma figura respeitada ao colaborar com marcas de luxo como Louis Vuitton e Cartier, marcando presença em eventos importantes, incluindo o Met Gala. No universo empresarial, a Chamberlain Coffee é uma marca que reflete o seu amor pelo café, oferecendo uma seleção de cafés sustentáveis e de alta qualidade, reforçando o seu compromisso com um estilo de vida consciente e prático.

 

Em Portugal, a cultura do café está profundamente enraizada na vida quotidiana, com as tradicionais "bicas" a serem um ritual indispensável para muitos. Este gosto apurado pelo café, associado à sociabilidade e ao charme dos espaços históricos, tem atraído marcas de luxo a Lisboa, onde a herança cultural encontra a sofisticação contemporânea. E eu pergunto-me: até quando marcas como Dior, Hermès e Louis Vuitton, que têm apostado na capital para criar experiências exclusivas, irão celebrar esta ligação? Seja através de pop-ups inovadoras ou de parcerias estratégicas, estas maisons têm de integrar a cultura do café português nos seus conceitos, de modo a oferecer aos seus clientes momentos únicos que combinem tradição, design e sabor, reafirmando Lisboa como um destino de excelência para o luxo e lifestyle.

 

De facto, a fusão entre moda e cultura do café é uma “hot trend” que continua a evoluir, transformando um simples momento numa experiência luxuosa e memorável.

 

0 comentários


Se 2023 marcou o verdadeiro regresso do cinema após os desafios impostos pela pandemia, 2024 consolidou-se como um ano memorável, com lançamentos como "Divertida Mente 2", "Deadpool & Wolverine", "Os Fantasmas Ainda se Divertem: Beetlejuice Beetlejuice", "Moana 2" e "Wicked". Hollywood espera manter o sucesso em 2025, com novos blockbusters e uma diversidade de produções. O ano promete grandes destaques, desde filmes destinados a dominar as bilheteiras até potenciais candidatos aos Óscares, com a participação de realizadores consagrados e talentos emergentes. Há algo preparado para todos e razões suficientes para ficarmos entusiasmados com o grande ecrã.

O calendário de 2025 começa agora em janeiro com a estreia de "Lobisomem (Wolf Man)" e avança para fevereiro, com o primeiro grande filme de super-heróis do ano: "Capitão América: Admirável Mundo Novo". Durante o verão, Tom Cruise regressa em "Missão: Impossível" em maio, seguido de "Superman" e "Quarteto Fantástico" em julho. Já no outono, destaca-se o regresso da franquia "Tron", enquanto novembro e dezembro apresentam a segunda parte de "Wicked" e o terceiro capítulo de "Avatar", respetivamente. Pelo meio, algumas cine-biografias, muitos live-action de clássicos e vários reboots.

Apesar de os filmes de super-heróis enfrentarem uma fase menos positiva ultimamente, o interesse em produções como "Quarteto Fantástico" e, especialmente, o novo "Superman" é inegável. Este último, realizado por James Gunn, une um dos realizadores mais competentes no universo das adaptações de banda-desenhada a uma das personagens mais icónicas do género, carregando uma pressão comercial extraordinária. Pode-se afirmar que o futuro da Warner Bros. Discovery depende do sucesso deste novo Clark Kent.

Mas "Superman" não será o único reinício. Após uma trilogia que, apesar de lucrativa, foi criticada, "Jurassic World" segue numa direção renovada, com nomes promissores. Em paralelo, assistiremos ao encerramento de sagas: "Missão: Impossível 8" deverá marcar o adeus de Tom Cruise como Ethan Hunt e Patrick Wilson e Vera Farmiga despedem-se de Ed e Lorraine Warren, completando uma década na franquia "A Invocação do Mal".

Fora do circuito dos blockbusters de Hollywood, nomes de peso como Paul Thomas Anderson, Spike Lee e Bong Joon-ho terão novos lançamentos. Realizadores emergentes como Celine Song e Chloé Zhao também prometem surpreender. Guillermo Del Toro e Ryan Coogler preparam projetos pessoais ambiciosos. E, claro, não podemos esquecer a continuação de Avatar, que promete expandir ainda mais o universo de Pandora.

A seguir, apresento um resumo das estreias mais aguardadas para 2025, mês a mês (as datas poderão variar), com destaques que prometem surpreender e emocionar.

 

Janeiro

 

Conclave

Num dos eventos mais secretos do mundo – a escolha de um novo papa –, Lawrence é selecionado pelo papa em funções, pouco antes da sua morte, para liderar este processo confidencial, o conclave. Sem saber o motivo por detrás da sua escolha, o cardeal encontra-se no epicentro de uma conspiração e de um confronto de interesses que não só desafiarão a sua fé, como também os alicerces da Igreja Católica. Com Ralph Fiennes, Stanley Tucci e Isabella Rossellini. 

 


Babygirl

Em “Babygirl”, Nicole Kidman interpreta uma empresária de sucesso que coloca em risco tanto a sua carreira como a sua família devido a um relacionamento com o seu estagiário, significativamente mais jovem. 



Lobisomem (Wolf Man)

O realizador Leigh Whannell traz nova vida à franquia de Monstros da Universal com “Wolf Man”, após o êxito de “O Homem Invisível” em 2020. O filme é protagonizado por Christopher Abbott e Julia Garner.



Flight Risk

Mel Gibson regressa à realização pela primeira vez desde “Até ao Último Homem” (2016), com este thriller de ação. Mark Wahlberg interpreta um assassino encarregado de eliminar um alvo (Topher Grace) durante um voo, enquanto partilha o espaço com um agente federal (Michelle Dockery). 



Maria Callas

Angelina Jolie interpreta a icónica cantora de ópera Maria Callas numa cine-biografia baseada em factos reais. O filme retrata a bela, mas tumultuosa e trágica vida da cantora durante os seus últimos dias, em Paris, nos anos 1970.



Fevereiro



Capitão América: Admirável Mundo Novo

Após assumir o papel de Capitão América no final de “Vingadores: Ultimato”, Sam Wilson (Anthony Mackie) enfrenta o Presidente Thaddeus "Thunderbolt" Ross (Harrison Ford), que revela o seu lado mais sombrio como Hulk Vermelho.



O Brutalista

Esta obra dramática narra a jornada do arquiteto húngaro visionário László Toth e da sua esposa, Erzsébet, que fogem da Europa devastada pela guerra em busca de um novo início na América. Na luta por reconstruir o seu legado e testemunhar a emergência da América moderna, deparam-se com uma oportunidade que pode transformar as suas vidas para sempre. 


The Monkey

Osgood Perkins adapta a história de Stephen King, onde mortes brutais começam a ocorrer quando dois irmãos encontram o macaco de brinquedo do pai no sótão. Com Theo James, Elijah Wood e Tatiana Maslany. 



Bridget Jones: Louca pelo Rapaz

Viúva e mãe solteira, Bridget Jones prepara-se para novas aventuras. Encaminhada para o mundo dos encontros, terá de equilibrar a vida profissional, as obrigações familiares e as surpresas do amor. 

 

Emília Pérez

Uma advogada, Rita, recebe uma proposta irrecusável: ajudar um chefe de cartel a desaparecer para viver o seu verdadeiro eu, longe do radar das autoridades. 

 


Um Completo Desconhecido

Esta cine-biografia, dirigida por James Mangold, narra a história de Bob Dylan (Timothée Chalamet) enquanto jovem músico na cena cultural de Nova Iorque, nos anos 60, e a sua ascensão ao estrelato. 



Março

 


Pequenas Coisas Como Estas

Situado em 1985, o filme acompanha Bill Furlong (Cillian Murphy), um vendedor de carvão que descobre uma mulher presa num galpão como punição da Igreja Católica por desafiar normas religiosas.



Branca de Neve (Live-Action)

Depois de algumas controvérsias envolvendo o elenco e comentários da protagonista Rachel Zegler, a versão live-action da Disney estreia finalmente. Rachel Zegler interpreta Branca de Neve e Gal Gadot dá vida à Rainha Má. 



Abril

 


Minecraft: O Filme

Jack Black, Jason Momoa e Emma Myers protagonizam a adaptação cinematográfica do popular videojogo. A história desenrola-se num mundo onde tudo é feito de blocos, com aventuras místicas.



Maio



Thunderbolts

Os anti-heróis do universo Marvel reúnem-se para missões secretas do governo, com destaque para Yelena Belova (Florence Pugh) e o Soldado Invernal (Sebastian Stan).



Missão: Impossível – O Acerto Final

Tom Cruise regressa como Ethan Hunt numa derradeira missão, ao lado de Hayley Atwell, Ving Rhames e Simon Pegg. 


Karate Kid: Lendas

Ralph Macchio e Jackie Chan juntam-se para treinar um novo pupilo (Ben Wang) no universo do clássico “Karate Kid”. A história liga o filme original à sua reinterpretação. 


 

Lilo & Stitch (Live-Action)

Na adaptação live-action do clássico animado, Stitch (Chris Sanders), um alienígena único, é adotado por Lilo (Maia Kealoha). Juntos, descobrem o verdadeiro significado de família.



Junho



Ballerina

Ana de Armas junta-se ao universo de filmes de “John Wick” (spin-off), no papel de Eve, uma bailarina e assassina treinada, que procura vingança pela morte do pai.


F1

Neste drama de Fórmula 1, Brad Pitt interpreta um piloto veterano que sai da reforma para se tornar mentor de um jovem colega de equipa.



Como Treinar o Seu Dragão (Live-Action)

Após o sucesso da série de animação, chega agora ao grande ecrã em versão live-action. A história segue Soluço, um jovem da ilha viking de Berk, que, ao capturar um dragão Fúria da Noite, descobre uma forma inesperada de enfrentar os medos e as tradições da sua comunidade.



Elio

A nova produção da Disney-Pixar acompanha Elio Solis, um rapaz fascinado pelo espaço que embarca numa aventura cheia de surpresas ao entrar em contacto com formas de vida alienígenas.

 

Extermínio: A Evolução

Sob a realização de Danny Boyle, o universo dos filmes de terror “Extermínio” expande-se, com Cillian Murphy a regressar ao papel de Jim. Desta vez, o vírus da raiva continua a espalhar-se, trazendo novos desafios e perigos.



M3GAN 2.0

Depois do impacto de “M3GAN” em 2022, a boneca robótica está de volta numa sequela que promete explorar ainda mais os riscos da inteligência artificial.



Julho



Jurassic World Rebirth

A franquia “Jurassic Park” recebe um novo reboot, ambientado cinco anos após os eventos de “Jurassic World Dominion”. Com Gareth Edwards na realização, o filme apresenta um elenco renovado, incluindo Jonathan Bailey, Scarlett Johansson, Rupert Friend e Ed Skrein.


 

Superman

David Corenswet assume o papel de Clark Kent/Super-Homem no primeiro filme do novo Universo DC, realizado por James Gunn. Nesta história, o Homem de Aço enfrenta o seu arqui-inimigo Lex Luthor, interpretado por Nicholas Hoult. Este projeto pretende devolver ao público o foco nas narrativas e personagens clássicos da banda-desenhada, deixando de lado os conceitos de multiversos e conexões excessivas.

 

Eu Sei o Que Vocês Fizeram no Verão Passado

Mais uma das icónicas franquias de terror dos anos 90 regressa, seguindo os passos do sucesso de “Pânico”.



O Quarteto Fantástico: Primeiros Passos

A Primeira Família de Super-Heróis estreia-se no Universo Cinematográfico da Marvel. O filme apresenta a origem do grupo de astronautas que adquirem habilidades extraordinárias após serem expostos a uma tempestade de raios cósmicos, numa adaptação inspirada nos célebres quadradinhos de Stan Lee e Jack Kirby.



Agosto



Um Dia de Doidos 2

Jamie Lee Curtis e Lindsay Lohan regressam como mãe e filha nesta aguardada sequela, 22 anos depois. Anna, agora mãe e prestes a casar novamente, e Tess, uma avó vencedora de um Óscar, voltam a trocar de corpos e a enfrentar os desafios de famílias em mudança.



Setembro


The Bride

Maggie Gyllenhaal apresenta uma nova interpretação da Noiva de Frankenstein, ambientada na Chicago dos anos 1930, num conto de terror renovado.



A Invocação do Mal 4: Os Últimos Ritos

No capítulo final desta aclamada franquia de terror, os Warren enfrentam o seu caso mais perigoso até agora. Este filme encerra a série principal com Vera Farmiga e Patrick Wilson no papel do casal de investigadores paranormais Ed e Lorraine Warren.



Outubro



TRON: Ares

Jared Leto protagoniza o segundo reboot da saga “TRON” como Ares, com o retorno de Jeff Bridges no papel de Kevin Flynn, ligando o novo filme aos clássicos “TRON” (1982) e “TRON: Legacy” (2010).



Michael

Realizado por Antoine Fuqua, este filme biográfico retrata a vida de Michael Jackson (interpretado por Jaafar Jackson), desde os seus primeiros dias até à sua morte em 2009, abordando também as controvérsias e desafios que marcaram a sua carreira.



Novembro

 


The Running Man

Glen Powell assume o papel de Ben Richards neste remake do clássico de ação de 1987 protagonizado por Arnold Schwarzenegger, onde um polícia injustamente acusado luta pela sobrevivência num mortal programa de televisão.



Wicked: For Good

A continuação do musical “Wicked” explora o destino de Elphaba e Glinda, transformando-as na Bruxa Má do Oeste e na Boa Bruxa do Norte, respetivamente.



Dezembro



Avatar: Fire and Ash

James Cameron regressa com o terceiro capítulo da saga “Avatar”. Este novo filme promete revelar mais sobre Pandora e as tribos do ar e do fogo, continuando a história da família de Jake Sully e Neytiri, com visuais de tirar o fôlego.

0 comentários