Para a Pantone, esta tonalidade delicada de castanho representa o conceito de luxo tranquilo. A marca explica: “Com tantas questões sérias a acontecer, procuramos algo que não seja demasiado pesado.”

Quando, em dezembro, é anunciada a cor Pantone do ano, a notícia gera sempre uma onda de reações na comunidade de design. Estas podem variar entre a descrença – como no caso do Ultra Violet (2018) – e a aceitação entusiasta, como aconteceu com o Rose Quartz e Serenity (2016), que captaram o espírito da época e continuam a inspirar escolhas surpreendentes. Independentemente da escolha, a cor do ano costuma ter uma personalidade marcante que provoca reações distintas. Este ano, porém, a escolha do castanho parece ser uma exceção: uma tonalidade que, por norma, não desperta grandes reações emocionais.

 

Embora o castanho raramente figure entre as cores preferidas – sendo facilmente ofuscado por opções como azul, roxo, vermelho, verde ou até o controverso amarelo – ele simboliza sustentabilidade e fiabilidade. Muitas marcas recorrem a esta tonalidade para transmitir uma imagem de confiança.

Como se denota, não se trata de um castanho qualquer. O Pantone17-1230 Mocha Mousse é descrito pelo Pantone Color Institute como “um tom castanho rico e quente” que evoca “a qualidade deliciosa do cacau, chocolate e café”, apelando ao desejo de conforto. Para ilustrar a cor de 2025, a Pantone escolheu uma sobremesa cremosa de chocolate, apresentada numa elegante taça de vidro. Na descrição oficial, lê-se: “O Mocha Mousse amplia a perceção sobre os castanhos, que passam de humildes e terrenos a aspiracionais e luxuosos. Infundido com uma elegância subtil e um refinamento terroso, Mocha Mousse oferece um toque de glamour discreto e sofisticado. Um tom saboroso, que nos envolve com o seu calor sensorial.”

 


Embora não tenha o impacto vibrante do Viva Magenta (2023) ou do Living Coral (2019), esta tonalidade apresenta-se como uma das escolhas mais alinhadas com os interiores contemporâneos: móveis de madeira escura e superfícies de mármore em tons castanhos já dominam as tendências. O tom também se integra perfeitamente no conceito de "luxo tranquilo", marcado pela transição gradual dos cinzentos frios para neutros mais quentes, como creme, bege e taupe.

A Pantone não está sozinha nesta aposta em cores quentes e profundas para 2025. Outras previsões incluem o Cinnamon Slate, da Benjamin Moore, um castanho arroxeado próximo do Mocha Mousse, bem como várias tonalidades ricas e acolhedoras de outras marcas. Para os especialistas da Pantone, esta tendência reflete “um movimento crescente de reconexão com o mundo natural”.

A primeira Cor do Ano Pantone foi anunciada no final de 1999, no limiar de um novo milénio. Desde então, a Pantone tem influenciado o desenvolvimento de produtos em diversas indústrias, como moda, mobiliário, design industrial e gráfico. O processo de seleção envolve uma análise meticulosa das tendências globais, com os especialistas do Pantone Color Institute a viajarem pelo mundo em busca de novas influências. Em 2024, a escolha recaiu sobre o Peach Fuzz, que transmitia “aconchego”, enquanto em 2023 foi eleito o Viva Magenta, com a promessa de “um novo caminho arrojado”.


Captar o espírito global de conexão, conforto e harmonia

O programa Cor do Ano Pantone fomenta a discussão entre a comunidade de design e os entusiastas da cor, destacando a relação entre cor e cultura. Anualmente, a Pantone escolhe uma tonalidade que capta o espírito do tempo, expressando um estado de espírito global e uma atitude coletiva. Para 2025, o Pantone 17-1230 Mocha Mousse reflete um desejo universal de conforto, evocando as qualidades acolhedoras do chocolate e do café com um calor sensorial que une sofisticação e serenidade.

“Apoiado no nosso desejo de prazeres quotidianos, Pantone 17-1230 Mocha Mousse exprime um nível de indulgência atencioso. Sofisticado e exuberante, mas ao mesmo tempo um clássico despretensioso, Pantone 17-1230 Mocha Mousse alarga as nossas percepções dos castanhos, deixando de ser humildes e básicos para se tornarem aspiracionais e luxuosos.”, afirma Leatrice Eiseman, Diretora Executiva do Pantone Color Institute



Já Laurie Pressman, Vice-presidente do Pantone Color Institute, defende: “Para a Cor Pantone do Ano 2025, olhamos para um tom castanho suave cuja riqueza inerente e calor sensorial e reconfortante se estende ao nosso desejo de conforto e à satisfação de prazeres simples que podemos oferecer e partilhar com os outros.”

Simples e reconfortante: Um castanho suave e acolhedor

O Pantone 17-1230 Mocha Mousse combina uma elegância sofisticada com um toque terroso, tornando-se uma escolha versátil. Esta tonalidade pode ser usada isoladamente para um efeito minimalista ou como base para enriquecer diferentes paletas, adaptando-se a uma ampla variedade de aplicações. Desde designs mais simples até composições repletas de detalhes, o Mocha Mousse destaca-se em todas as indústrias que valorizam a expressão através da cor.


Indulgência atenciosa - Conforto harmonioso - Sentimentos de satisfação

Com uma elegância discreta e uma riqueza sensorial envolvente, o Pantone 17-1230 Mocha Mousse transforma-se numa ferramenta para criar momentos de luxo íntimos e personalizados. Seja através de pequenos detalhes ou em aplicações mais amplas, este tom suave e quente prolonga uma sensação de conforto e indulgência, acompanhando-nos ao longo do dia.


Uma tonalidade versátil com sofisticação e requinte natural. O Pantone 17-1230 Mocha Mousse destaca-se pela sua versatilidade, combinando uma sofisticação inerente com um requinte terroso. Esta tonalidade cria uma base cromática sólida, adaptando-se tanto a designs minimalistas como a composições elaboradas, complementando diversas aplicações em todas as indústrias onde a cor desempenha um papel central.


 

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Depois do musical ter conquistado o palco na Broadway e em West End, onde tive oportunidade de ver, num teatro londrino, "Wicked" tornou-se um filme e chega agora ao cinema. Tal como o livro que lhe deu origem, esta é a história por contar das bruxas da Terra de Oz, revelando as origens da Bruxa Má do Oeste e da Bruxa Boa do Sul.

Cynthia Erivo é Elphaba, uma jovem incompreendida por causa da sua incomum pele verde que ainda não descobriu o seu verdadeiro poder, e Ariana Grande surge como Glinda, uma jovem popular, dotada pelo privilégio e pela ambição, que ainda não descobriu o seu verdadeiro coração. As duas encontram-se como estudantes na Universidade de Shiz, na fantástica Terra de Oz, e forjam uma amizade improvável, mas profunda. Após um encontro com O Maravilhoso Feiticeiro de Oz, a sua amizade chega a uma encruzilhada e as suas vidas tomam caminhos muito diferentes.

Sendo um filme musical realizado por Jon M. Chu, esta é a primeira parte da versão cinematográfica do musical da Broadway criado por Stephen Schwartz. De facto, o filme "Wicked" está dividido em duas partes, a primeira parte chegou agora aos cinemas e a segunda estreia em 2025. Por isso, esta adaptação cinematográfica da peça teatral não encerra a história de Glinda e Elphaba. As mesmas personagens e seus protagonistas ainda vão dar as caras na continuação. Mas, afinal, quando Wicked 2 estreia, pergunta que nos fazemos quando saímos maravilhados desta primeira parte? O segundo filme só chega aos cinemas em dezembro de 2025, um ano após esta estreia.

 

A história é contada segundo a perspectiva de Elphaba, que mais tarde será conhecida como a Bruxa Má do Oeste, e Glinda, a futura Bruxa Boa do Sul. Muito antes da chegada da jovem Dorothy ao mundo de Oz, ficamos a conhecer as duas feiticeiras, quando, ainda raparigas, eram colegas de quarto na Universidade de Shiz. Apesar de um início de relação algo atribulado, as duas acabam por se tornar aliadas na luta contra a tirania do Feiticeiro de Oz.

O musical teve por base o célebre romance “Wicked: The Life and Times of the Wicked Witch of the West”, de Gregory Maguire que, por sua vez, dá nova voz a algumas das personagens que conhecemos em “O Maravilhoso Feiticeiro de Oz”, escrito por L. Frank Baum e ilustrado por W. W. Denslow em 1900. “Wicked: Parte Um” não foge à regra. Sob a direção do cineasta e da diretora de fotografia Alice Brooks, a adaptação do célebre musical da Broadway transforma-se numa viagem encantadora através de cenários vibrantes e visuais engenhosamente concebidos. Este resultado deve-se, em grande parte, ao trabalho do designer de produção Nathan Crowley (aperfeiçoando aqui a abordagem já explorada em “Wonka”) e ao figurinista Paul Tazewell (“West Side Story”), que conjugam de forma magistral o artificial com o natural, criando uma Oz equilibrada entre nostalgia, inovação, fantasia e credibilidade.

Esta abordagem dá origem a um filme musical que presta homenagem à herança clássica do género. Isso torna-se evidente, sobretudo, quando Glinda e Elphaba exploram novos ambientes, como a Universidade de Shiz ou a Cidade Esmeralda. Nesses momentos, o filme explode num caleidoscópio de dançarinos e coreografias cuidadosamente sincronizadas, captados pela câmara de forma a alternar, com inteligência, entre a estática característica dos musicais da era dourada de Hollywood e os movimentos exuberantes típicos dos blockbusters contemporâneos. “Wicked: Parte Um” afirma-se, assim, como um espetáculo hollywoodesco no seu mais pleno sentido. E em termos musicais, se “O Feiticeiro de Oz” tem “Over the Rainbow”, Wicked tem “Defying Gravity”.

 

No papel de Glinda, a futura "bruxa boa", Ariana Grande surpreende ao revelar uma destreza cómica digna de estrelas clássicas. A sua interpretação de uma "menina má" de liceu, que reflete a sua persona na música pop, mistura-se com a linguagem corporal de Lucille Ball e a leveza dos passos de Ginger Rogers. Os gestos exagerados, como gestos de cabelo que levam a tropeços cómicos ou saltos que terminam em passos hesitantes, culminam em momentos como “Popular”, a canção icónica da personagem, onde Grande brilha como uma verdadeira estrela de comédia. Ainda assim, nunca perde de vista que a sua Glinda não é a figura mais empática da narrativa. Por outro lado, Cynthia Erivo, como Elphaba, torna-se a âncora emocional do filme. A sua interpretação revela uma dureza simulada que é simultaneamente admirável e trágica, refletindo uma busca por autoaceitação que é tão dolorosa quanto inspiradora. Erivo confere à personagem uma profundidade que a torna verdadeiramente humana, ao mesmo tempo que celebra a sua força para ajudar os outros e permanecer fiel aos seus princípios. A sua atuação, de uma intensidade marcante, eleva-a ao patamar de estrela consagrada.

De facto, ao longo de todo o filme, Ariana Grande e Cynthia Erivo demonstram uma química impecável, tanto como rivais quanto como amigas, proporcionando momentos marcantes. Cenas como o baile de Ozdust e o clímax da última canção são emocionantes e envolventes. Cynthia Erivo, por sua vez, entrega uma interpretação arrebatadora de Elphaba, equilibrando dramaticidade e sobriedade nos momentos sérios, sem perder o timing cómico necessário em certas ocasiões. Quando chega o icónico número de “Defying Gravity”?, preparem-se para um espetáculo memorável e para ficarem encantados com o talento de Cynthia. Entre os secundários, Jonathan Bailey brilha como o sedutor príncipe Fiyero, enquanto Michelle Yeoh encarna com perfeição a poderosa e intrigante Madame Morrible. A escolha de Jeff Goldblum para interpretar o Feiticeiro de Oz é um verdadeiro acerto – a sua performance é tão natural que parece impossível imaginar outro ator no papel. Marissa Bode, por sua vez, destaca-se como Nessarose, sendo a primeira atriz com deficiência a interpretar a personagem. A sua versão de Nessarose, mais ingénua do que a apresentada na peça original, traz uma perspetiva única e cativante – pelo menos, para já.

Para os fãs do musical original, o filme apresenta uma série de momentos icónicos, com performances memoráveis de canções como “Dancing Through Life”, “The Wizard and I”, “What Is This Feeling?”, “Popular”, “One Short Day” e, claro, “Defying Gravity”. Apesar de “A Sentimental Man” continuar na trama – por ser essencial à narrativa –, a cena ganhou melhorias visuais que a tornam mais agradável.


Com uma hora adicional em relação ao primeiro ato do musical, o filme traz os seus prós e contras. Enquanto algumas cenas extras prejudicam ligeiramente o ritmo, outras acrescentam detalhes interessantes, como uma nova abordagem para a introdução de Fiyero. Apesar de deixar várias pontas abertas para serem desenvolvidas em “Wicked: Parte Dois”, esta primeira metade oferece uma jornada satisfatória, com início, meio e fim, destacando especialmente a evolução da dupla protagonista.

Com números musicais grandiosos e um elenco de peso, “Wicked: Parte Um”, uma espécie de prelúdio de “O Feiticeiro de Oz”, consegue captar a essência do musical da Broadway, criando uma experiência visual e emocional que promete agradar tanto aos fãs de longa data como aos novos espectadores.

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Mas o que é isto? Mais uma expressão anglo-saxónica estranha... Bom, eu já tinha falado antes da Black Friday neste meu blog, mas agora decidi, em contraposição, informar-vos sobre a Giving Tuesday, que é já amanhã.

Este movimento global de generosidade surge como uma resposta ao apelo ao consumo promovido pela Black Friday, um dia marcado por descontos e promoções irresistíveis. Realizado sempre na primeira terça-feira após a Black Friday, o Giving Tuesday está também presente em Portugal, oferecendo várias formas de participação e contributo.

Lançado em 2012 nos Estados Unidos, o Giving Tuesday foi co-fundado pelas Nações Unidas e pela 92nd Street Y, uma organização cultural e comunitária sem fins lucrativos. Atualmente, é uma entidade independente, com o apoio estratégico da Fundação Bill & Melinda Gates.

Concebida como um contraponto aos dias de consumo desta época, como a Black Friday e a Cyber Monday, esta iniciativa promove uma onda de solidariedade global, permitindo que todos possam contribuir para diversas causas sociais. Não se trata de criticar a Black Friday, mas sim de encontrar um equilíbrio, reconhecendo o bem-estar que advém de ajudar o próximo. É precisamente este o espírito da Giving Tuesday (que, numa tradução livre, significa "terça-feira generosa").

 

Descrita como um movimento que desperta o "poder da generosidade" a nível global, a Giving Tuesday reúne instituições de solidariedade, líderes locais (desde figuras públicas e empresários a parceiros tecnológicos e escolas) e promove ferramentas, colaborações e ideias para melhorar a vida das comunidades. Adaptada às necessidades locais, a iniciativa está ativa em quase 100 países, incluindo Portugal.

 

Contudo, para participar não ficamos limitados a doar dinheiro. No site oficial, é possível escolher uma causa entre várias categorias, como Animais, Cultura, Inclusão Social ou Filantropia, e conhecer as associações envolvidas, os projetos e os tipos de donativos necessários, sejam bens materiais ou contribuições monetárias. Além disso, o movimento valoriza outras formas de generosidade, como a doação de tempo, competências, bens, sangue ou apadrinhamento. É possível também filtrar as opções por tipo de donativo ou localização. Por isso, façam a diferença, façam a vossa parte!



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Mas o que é isto de “silent walking” (caminhada silenciosa)? Trata-se da última tendência viral de exercício físico que traz consigo alguns benefícios. A tendência das redes sociais de caminhar em silêncio tem raízes no budismo e é uma prática comum de atenção plena.

Todos nós já ouvimos algum conselho de que caminhar ajuda a desanuviar a cabeça ou que passar algum tempo ao ar livre pode dar-nos uma nova perspetiva sobre um problema, mas uma tendência viral recente do TikTok está a juntar as duas coisas de uma forma inesperadamente útil. O “silent walking” combina os benefícios para a saúde da natureza, exercício e meditação para centrar e acalmar os seus participantes. Começou por ser uma tendência no início deste verão, depois de Mady Maio, criadora do TikTok, ter publicado um conselho que recebeu do seu nutricionista para caminhar 30 minutos por dia "em vez de fazer cardio-fitness como costumava fazer". A essa sugestão seguiu-se outra do namorado, que a desafiou a não ouvir podcasts, música ou qualquer outra coisa enquanto o fazia. O que se seguiu foi uma horda de pessoas que publicaram nas redes sociais as suas próprias experiências de caminhar diariamente sem quaisquer distrações.

 

 

Incorporar o exercício físico na rotina diária é uma das formas mais eficazes de cuidarmos da nossa saúde física e mental. Embora este princípio seja amplamente defendido por médicos e especialistas, muitas pessoas ainda sentem dificuldades em adoptar hábitos activos, seja por falta de tempo, dúvidas sobre o que praticar ou até pela pressão de um estilo de vida agitado. É precisamente neste contexto que entra esta prática simples, acessível e incrivelmente transformadora: a caminhada. Apesar de parecer uma atividade básica, caminhar oferece benefícios variados, desde melhorar a condição física até promover o bem-estar mental. E agora, uma abordagem específica para caminhar está a conquistar, conforme vimos, adeptos em todo o mundo: o “silent walking” ou caminhada silenciosa.

 

Embora o vídeo de Mady Maio tenha dado início ao atual aumento de popularidade do movimento de caminhada silenciosa, o conceito não é novo. Monges zen-budistas praticam há muito tempo a caminhada silenciosa sob um nome diferente que eles chamam de “meditação ambulante”. Na sua essência, a caminhada silenciosa é sobre limpar a mente e dar um passeio sozinho, livre de distrações - uma prática que o budismo ensina pode transformar o exercício numa sessão de meditação pessoal. A caminhada silenciosa é uma maneira fácil de se desconectar de todo o barulho e caos que faz parte do nosso mundo agitado. É uma excelente maneira de nos conectarmos ao nosso eu central.

 

 

O que é o “silent walking” e porque está a ganhar popularidade?

Vivemos rodeados de estímulos constantes – notificações, chamadas, mensagens e o ruído contínuo do mundo digital. Esse ambiente hiperconectado afecta a saúde mental, alimentando o stress, a ansiedade e até dificuldades em "desligar" durante os momentos de lazer. O “silent walking” surge como uma resposta a este excesso, propondo algo tão simples quanto caminhar sem qualquer dispositivo eletrónico: sem telemóvel, smartwatch ou auscultadores. Sem nada!

 

A proposta é voltar ao essencial. Trinta minutos de caminhada num parque, numa zona natural ou até em ruas tranquilas, permitindo que a mente se conecte apenas com o som ambiente, as paisagens e as sensações do corpo. Esta prática oferece não só um momento de calma no meio da agitação diária, como também impactos imediatos na saúde mental.

 

 

Como fazer “silent walking” e manter as coisas simples

 

- Caminhar numa área tranquila nas proximidades, de preferência num local na natureza ou ao ar livre. Também é melhor escolher uma altura em que saiba que haverá um mínimo de pessoas ou de atividade nessa zona para não nos distrair.

- Cuidar das necessidades corporais básicas, como a sede e a fome, com antecedência, de maneira a que não se tornem uma distração.

- Certificar de que somos apenas nós e os nossos pensamentos. Sem telemóvel, sem companheiro de caminhada, sem cão.

- Concentrarmo-nos nos nossos sentimentos, na respiração e na beleza circundante. Estarmos atentos a cada respiração e a cada passo, ouvir os sons da natureza ao nosso redor, sentir gratidão pelo sol que beija a nossa pele e utilizar o tempo para refletir.

 


Benefícios surpreendentes do “silent walking”

 

Estudos mostram que caminhar ao ar livre, especialmente em contacto com a natureza, pode:

- Reduzir o stress e a ansiedade: a exposição ao verde e ao ar puro ajuda a baixar os níveis de cortisol, promovendo relaxamento.

- Aumentar a concentração e a criatividade: o silêncio e a ausência de distrações digitais estimulam a mente a focar-se melhor e a pensar com clareza.

- Melhorar a saúde cardiovascular e imunológica: o movimento regular e o ambiente natural contribuem para reduzir a pressão arterial e fortalecer o sistema imunitário.

 

Além disso, caminhar conscientemente permite uma pausa mental indispensável no dia, ajudando a combater a fadiga mental e emocional acumulada.

 

 

Transformar um hábito simples num estilo de vida saudável

 

Adotar o “silent walking” pode ser o primeiro passo para um estilo de vida mais equilibrado, mas há outros hábitos que podem amplificar os seus benefícios:

- Alimentação equilibrada: uma dieta rica em alimentos naturais e nutritivos é essencial para fornecer energia e manter o corpo saudável.

- Sono de qualidade: noites bem dormidas são fundamentais para a recuperação física e mental, ajudando a reduzir o stress e a melhorar a memória e o foco. Dormir o suficiente também ajuda a reduzir a depressão e a ansiedade, porque o corpo relaxa e começa a produzir melanina e serotonina.

 

A caminhada silenciosa ou “silent walking” é um convite para desacelerar, desconectar e redescobrir o prazer de estarmos presentes. Um pequeno ajuste na rotina diária que, aos poucos, transforma não só o corpo, mas também a mente e o espírito. Que tal experimentarem hoje mesmo?

 


 

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Anos depois de testemunhar a morte do general hispânico Maximus (o seu pai e também o protagonista de “Gladiador”) às mãos do seu tio, Lucius é forçado a entrar no Coliseu depois da sua casa ter sido conquistada por tirânicos imperadores que agora lideram Roma com mão de ferro. Comprado por Macrinus, um antigo escravo que possui uma escola de gladiadores com o intuito de derrubar os governantes e tomar o poder de Roma, ele é treinado para as apoteóticas lutas de vida e morte na arena. Inspirado pela história do seu progenitor, com um sentimento de revolta e o futuro do Império em jogo, Lucius tem de encontrar a força necessária para fazer justiça e ajudar a devolver a paz e a glória ao povo romano.



“Gladiador II”, sequela épica de ação realizada por Ridley Scott e escrita por David Scarpa e Peter Craig, chegou aos cinemas na passada quinta-feira (14) com uma difícil missão: superar o primeiro filme. A história original marcou gerações com a ambição de Ridley Scott e as incríveis atuações de Russell Crowe e Joaquin Phoenix. No entanto, a sequência consegue trazer mais profundidade à história. Uma complexidade que torna esta continuação imprevisível para o público. Com os actores Connie Nielsen e Derek Jacobi a encarnar as mesmas personagens do primeiro filme, o elenco é encabeçado pelas actuações de Paul Mescal, Pedro Pascal e Denzel Washington.

 

 

Voltando ao enredo, em “Gladiador 2”, os imperadores Greta (Joseph Quinn) e Caracalla (Fred Hechinger) planeiam reviver os jogos no Coliseu, numa tentativa de homenagear o feito final do general Acacius (Pedro Pascal) em terras africanas, na Namídia. Passadas décadas desde a jornada de Maximus, o filme retrata uma Roma mergulhada numa era de barbárie e corrupção. Lucius (Paul Mescal), agora adulto e a viver sob a identidade de Hanno, desfruta de uma vida pacífica ao lado da mulher Arishat (Yuval Gonen), até ser capturado pelo exército romano após a sua terra ser conquistada. 

 

Sob custódia, Lucius é confrontado com uma proposta de Macrinus (Denzel Washington), um ex-escravo e mercador: tornar-se gladiador em troca de liberdade e a possibilidade de vingança contra o general Acacius. Por sua vez, Acacius, ainda que relutante, serve aos gananciosos imperadores enquanto colabora secretamente com Lucilia (Connie Nielsen) para restaurar a ordem em Roma. Mas tudo muda quando a verdadeira identidade de Lucius é revelada durante os jogos no Coliseu...

 

 

A narrativa aproveita os eventos do passado para desenvolver novas intrigas. As decisões das personagens são complexas, mantendo a audiência envolvida e ansiosa por descobrir o desfecho. No que diz respeito às interpretações, Paul Mescal demonstra estar à altura de uma produção desta escala, transmitindo emoções com intensidade. Contudo, o verdadeiro destaque do filme vai para Denzel Washington, cuja interpretação de Macrinus não só confere credibilidade à sequela, como também eleva a história com a sua presença em cena. A dinâmica entre Hanno e Macrinus é o ponto alto do filme, com Washington a entregar uma performance tão memorável que, por si só, quase justifica a existência desta continuação.

 

Embora divertido, épico e brutal, “Gladiador 2” não escapa às comparações com o filme original. Sem um herói tão carismático como Maximus (Russell Crowe) ou um vilão tão icónico como Commodus (Joaquin Phoenix), a sequela conta, no entanto, com a realização magistral de Ridley Scott, que regressa 24 anos após o sucesso do primeiro filme. Aos 86 anos, o realizador britânico continua a ser um mestre nas grandiosas cenas de ação, enquanto honra o legado do clássico com o regresso de actores como Connie Nielsen e Derek Jacobi, além de referências a momentos icónicos do original.

 

 

Apesar de Maximus ser apenas uma figura do passado, o seu legado paira sobre a narrativa, influenciando Lucius e Acacius de maneiras distintas. Lucius segue uma trajetória brutal e heróica semelhante à do antigo Gladiador, enquanto Acacius, o general atormentado interpretado por Pedro Pascal, reflete as lutas internas de Maximus. Colocar as duas personagens em lados opostos das batalhas adiciona uma camada intrigante à história.

 

Visualmente, “Gladiador 2” abraça uma Roma decadente e violenta, com novos espetáculos no Coliseu que incluem batalhas intensas e cenas inesperadas, como combates com rinocerontes, macacos ferozes e até tubarões. Para os fãs de ação, o filme entrega momentos impressionantes, que não decepciona, mas também explora os bastidores com profundidade através da enigmática figura de Macrinus.

 

 

Embora não alcance a glória épica do original, “Gladiador 2”, certamente mais grandioso do que o seu antecessor, surpreende em vários aspectos e oferece um entretenimento que faz jus às expectativas de uma continuação. Com cenários monumentais, um elenco talentoso e uma realização ousada, o filme prova ser um espetáculo cativante, capaz de satisfazer os amantes do género e justificar o balde de pipocas. Mesmo longe da perfeição, é uma experiência cinematográfica que prende a atenção do princípio ao fim, e que funciona, porque cumpre o prometido — e, no cinema atual, isso já é um grande feito.

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Ao celebrar o seu 65º aniversário, a Barbie prova que a sua influência se estende muito para além do quarto de bonecas, sendo uma campeã de possibilidades ilimitadas para as gerações vindouras. Aqui faço um breve resumo da sua trajetória.

No universo dos brinquedos, poucas figuras são tão instantaneamente reconhecíveis como a Barbie. Com o seu estilo inconfundível, confiança audaz e versatilidade ilimitada, a boneca Barbie redefiniu o significado de ser um símbolo de feminidade e poder. Agora, ao atingir 65 anos, a Mattel celebra este marco com o lançamento de um novo livro, “My Barbie Story”, que narra a transformação da Barbie de simples boneca infantil para fenómeno cultural global.

 

 

ORIGENS HUMILDES

A Barbie teve um início modesto, mas profundamente inovador. Criada por Ruth Handler, cofundadora da Mattel, estreou-se na Feira de Brinquedos de Nova Iorque em 1959. A visão de Handler era clara e ousada: oferecer às meninas uma boneca que lhes permitisse imaginar um futuro para além das normas tradicionais. Batizada com o nome da filha de Handler, Barbara, a Barbie representou uma rutura em relação às bonecas bebé da época, sendo a primeira boneca com um corpo adulto. Desde o início, destacou-se com o seu estilo único e mensagens inspiradoras, incentivando as crianças a imaginarem-se em qualquer papel que desejassem.

SÍMBOLO DE PODER

Ao longo das décadas, a Barbie evoluiu, refletindo as mudanças sociais e culturais em seu redor. Nos anos 1960, tornou-se um ícone de moda, com um guarda-roupa cada vez mais vasto e colaborando com designers para criar tendências. Durante os anos 1980 e 1990, assumiu múltiplas carreiras, de astronauta a médica, mostrando que podia ser tudo o que quisesse e inspirando as raparigas a fazerem o mesmo. Este compromisso com a diversidade de possibilidades tornou-se o traço distintivo da Barbie, consolidando-a como um símbolo de empoderamento.

 

APENAS KEN

 

 

Em 1961, a Barbie expandiu o seu universo com a introdução do Ken, o seu companheiro, marcando um novo capítulo na sua narrativa. Igualmente criado por Ruth Handler, Ken era um namorado desenhado por mulheres para meninas. Assim como Barbie recebeu o nome da filha de Handler, Ken recebeu o nome do seu filho (Ken é a abreviação de Kenneth Carson). E assim, a dinâmica segura de namorado-amigo do relacionamento de Barbie e Ken foi estabelecida. Notavelmente projetado sem genitália, o boneco significa o primeiro encontro masculino nas brincadeiras das meninas e um espaço seguro para a prática de relacionamentos românticos.

 

AMBIÇÃO E EVOLUÇÃO

Os anos 1970 foram cruciais para a Barbie, que acompanhou as transformações sociais da época. Em sintonia com o movimento feminista, começou a afastar-se dos estereótipos, adotando papéis e estilos mais variados. As primeiras Barbies afro-americanas e hispânicas foram lançadas em 1971, num passo importante para a inclusão e diversidade. Nos anos 1980, a Barbie destacou-se como mulher de carreira, assumindo papéis como executiva, astronauta e até presidente. Paralelamente, colaborava com grandes nomes da moda, consolidando-se como um ícone de estilo.

 

MODA E COLABORAÇÕES

 

O guarda-roupa da Barbie expandiu-se ao longo das décadas, influenciado por designers renomados. Nos anos 1980, colaborou com Bob Mackie, e, mais tarde, trabalhou com nomes como Karl Lagerfeld, Vera Wang e Balmain. Hoje, parcerias com marcas como Christian Louboutin, Moschino e Balenciaga continuam a afirmar o seu estatuto de ícone da moda.

RESPOSTAS A CONTROVÉRSIAS

A Barbie também enfrentou críticas, sobretudo relacionadas com as suas proporções e os padrões de beleza que promovia. A Mattel respondeu a estas questões ao diversificar a linha, introduzindo bonecas de diferentes corpos, etnias e histórias pessoais, refletindo uma visão mais inclusiva.

UMA NOVA ERA COM O FILME

 

 

Em 2023, o filme “Barbie”, realizado por Greta Gerwig, trouxe a Barbie para o centro da cultura contemporânea. Com Margot Robbie e Ryan Gosling nos papéis principais, o filme abordou questões como identidade, feminismo e autoempoderamento, reafirmando a relevância da Barbie para novas gerações.

 

CELEBRAÇÃO DOS 65 ANOS


Para comemorar o seu 65º aniversário, o livro “My Barbie Story” destaca 108 histórias e fotografias de figuras inspiradoras, desde Helen Mirren e Claudia Schiffer a Samantha Cristoforetti e Susana Rodriguez. Este lançamento apoia ainda a igualdade de género, com as receitas a reverterem para a UN Women UK, através do “Barbie Dream Gap Project”. Uma celebração à altura do impacto cultural e social que a boneca Barbie continua a exercer.

 


 

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